INTERAÇÕES DISCURSIVAS NAS STREAMS DE SAMIRA CLOSE

UM OLHAR A PARTIR DA PERSPECTIVA SOCIOSSEMIÓTICA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2446-7006.45v26n3.60794

Resumo

O sujeito contemporâneo insere-se no mundo por meio de gêneros discursivos com alto grau de complexidade e hibridez que não respondem somente a propósitos comunicativos, mas possibilitam a transcendência ao outro por meio de demarcações identitárias, como pode ser observado no recente sucesso de transmissões de jogos pelo Facebook por parte de LGBTQI+. Considerando esse cenário, este artigo tem por objetivo analisar diferentes regimes de interação articulados nas streams da drag queen Samira Close a partir da hipótese de que a streamer configura uma hibridez de regimes de interação ao mobilizar diferentes aspectos sociais e comunicativos. Ancorados na proposta sociossemiótica de Landowski (2014a, 2014b), selecionamos como corpus três streams de Samira Close em sua page do Facebook Gaming que apresentam temáticas diferentes. A análise, que considerou as diferentes formas de interação, a saber, programação, manipulação, ajustamento e acidente, revela que a streamer aciona vários regimes ao mesmo tempo, e, em alguns momentos, alterna a regularidade semiótica ao mudar de game para a leitura de comentários on-line.

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Biografia do Autor

Gilmar Montargil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Mestre em Estudos de Linguagem pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (PPGEL/UTFPR) e mestrando em Comunicação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGCOM/UFRGS). Bolsista Capes, membro do Núcleo de Pesquisa Corporalidades do Grupo de Pesquisa em Semiótica e Culturas da Comunicação (GPESC)

Prof. Lourdes Remenche, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)

Pós-doutora em Ciências da Educação pela Universidade do Minho (UM/PT) e Doutora em Linguística pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP). Professora Associada do Departamento Acadêmico de Linguagem e Comunicação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e coordenadora do Grupo de Pesquisa em Linguística Aplicada (GRUPLA)

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Publicado

2021-10-14