O RITMO COMO NORMA TRADUTÓRIA

Autores

  • Carla de Mojana di Cologna Renard
  • Adriana Zavaglia

Palavras-chave:

tradução, ritmo, normas

Resumo

Esta comunicação, no âmbito da prática tradutória, versa sobre o ritmo como estratégia de tradução. O objeto de pesquisa é o romance L’enfant multiple (1989, Librio), de Andrée Chedid, escritora franco-libanesa nascida no Cairo, Egito. A autora, que começou escrevendo poesias e depois seguiu para a prosa, tem o ritmo como primado em sua escrita. No livro em questão, a “organização do movimento da fala na escrita”, que é também a “unidade de equivalência de uma poética da tradução”, ou ainda a “organização subjetiva de um discurso” (1999, MESCHONNIC, p. 69 e 254) – ou seja, o ritmo –, é percebida tanto por meio de assonâncias, aliterações e paralelismos rítmicos que constituem o texto, como pelo próprio léxico, marcado por palavras como bémol, chant, cri, pas e rythme. Tais percepções, próprias à tradutora-intérprete, foram organizadas como normas do ato tradutório da obra estudada (com base em Toury). Visando a separar unidades lexicais voltadas ao campo semântico de ritmo, utilizamos a ferramenta de linguística de corpus AntConc, com a qual elaboramos uma lista de palavras que nos auxilia, durante a atividade tradutória, na escolha da tradução lexical que respeita as modalidades palavra-por-palavra ou modulação – possível devido à proximidade das línguas–culturas trabalhadas (francês e português). Pretendemos, assim, manter o ritmo do original na tradução em todas suas expressões percebidas.

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Publicado

2014-10-13