A ONISCIÊNCIA DA PERSONAGEM CODINOME V, DO ROMANCE GRÁFICO V FOR VENDETTA, (1988-1989) DE ALLAN MOORE E DAVID LLOYD, TRADUZIDO PARA O CINEMA POR JAMES MCTEIGUE (2005)

Autores

  • Cássio de Cerqueira Oliveira

Palavras-chave:

tradução intersemiótica, V for Vendetta, onisciência da personagem

Resumo

No ano de 2005, o Romance Gráfico V for Vendetta, de Alan Moore e David Lloyd (1988-1989), foi adaptado para o cinema, sob o título homônimo, por James McTeigue (2005). O diálogo resultante da adaptação configura-se como uma tradução intersemiótica, em que há a recriação de elementos de um sistema de signos para outro sistema de signos diferente - neste caso, dos quadrinhos para o cinema. Nesta obra, a personagem Codinome V, herói da trama, tenta arquitetar uma vingança contra as pessoas que cooperaram para a criação e manutenção do Campo de Reestabelecimento de Larkhill, do qual foi prisioneiro. A vendeta só se torna possível devido a uma minuciosa previsão, por parte de V, das reações das outras personagens do enredo. Tal aspecto sugere que Codinome V possuía certa ‘onisciência’ dos comportamentos e reações das outras personagens. Sendo assim, o presente trabalho visa perceber como elementos da onisciência do protagonista do Romance Gráfico são traspostos para o cinema; e se, e como, o segundo texto remodela a proposta do texto fonte, tendo em vista que a adaptação, segundo Linda Hutcheon (2011), pode ser classificada como um produto - por ter surgido como resposta de um texto anterior - e como processo – por constituir-se como outro texto com uma lógica interna própria que independe do texto anterior para funcionar como texto.

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Publicado

2014-10-13