O SABOR FRANCÊS NA CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE NACIONAL: O PROJETO DO COLÉGIO PEDRO II

Autores

  • Cynthia Agra de Brito Neves

Palavras-chave:

educação francesa no Brasil, edições francesas importadas e traduzidas, Colégio Pedro II

Resumo

Este trabalho tem por objetivo refletir sobre as raízes e os vínculos transversais do Brasil com a França a partir da investigação das heranças e influências da pedagogia francesa na formação do nosso ensino secundário, sobretudo em meados do século XIX, quando o Colégio Pedro II, a escola modelo, era referência nacional e importava currículos e programas de estudos dos lycées franceses. Almeida (2000), Doria (1997), Nódoa (1991), Santos (2003), Vechia e Cavazotti et al (2003) e, principalmente, Razzini (2000), foram contribuições preciosas para constatarmos o papel das ideias libertárias e literárias dessa pedagogia na excelência desse Colégio no período do Império à República no Brasil. Criado em 1837, sob tutela do Estado e com o nome do imperador, o Colégio estabelecia um projeto de nação baseado nessas ideias. A instituição – responsável pela formação de nomes como Joaquim Manuel de Macedo, Manuel Bandeira e Pedro Nava – contava com um corpo docente de prestígio. Com um seleto grupo de homens das letras e das ciências nacionais, dedicou-se, durante décadas, à formação dos filhos da elite brasileira que procuravam naquela escola uma educação inspirada no modelo clássico e humanista francês, que preparasse os alunos para as carreiras liberais, bebendo em outras fontes que não as da metrópole. O impacto da língua e cultura francesas na educação dessa elite, especialmente os estudantes do Colégio Pedro II, não atingia apenas regulamentos e programas, como também envolvia a utilização de compêndios de edições francesas importadas ou já traduzidas para o português em todas as disciplinas.

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Publicado

2014-10-13