O MODO DE TRADUZIR DE ODORICO MENDES: OBSERVAÇÕES ACERCA DO CANTO I DA ENEIDA BRASILEIRA

Autores

  • Fernando Coelho
  • Thaís Fernandes

Palavras-chave:

análise de tradução, Eneida, Odorico Mendes

Resumo

Escrito por Virgílio (70 a.C. – 19 a.C.) entre 29 e 19 a.C., o poema épico Eneida possui, até o momento, cinco traduções completas para o português brasileiro. Dentre as versões, talvez a mais comentada seja a produzida pelo maranhense Manuel Odorico Mendes (1799 – 1864), publicada em 1854. Tradutor de toda a obra de Homero e de Virgílio, Mendes propôs um método de tradução polêmico, alvo de elogios e de críticas. Entre os críticos contrários encontram-se nomes como Sílvio Romero (História da literatura brasileira, 1888) e Antonio Candido (Formação da literatura brasileira. Momentos decisivos, 1959). Ao lado dos admiradores estão José Veríssimo (História da literatura brasileira, 1916), Haroldo de Campos (Metalinguagem e outras metas, 1967), entre outros. Nesta comunicação buscamos recuperar brevemente a avaliação feita por esses e outros críticos sobre as traduções odoricanas e confrontá-la com nossa análise de sua tradução do Canto I da epopeia virgiliana. Intentamos apresentar e discutir algumas soluções tradutórias de Mendes a fim de revelar a sua postura teórica sobre a tarefa do tradutor. Para tanto, analisamos as soluções encontradas por Mendes para cinco contextos, com base na proposta tradutória de Schleiermacher. Os recursos utilizados por Mendes nesses contextos permitem supor que as suas estratégias tradutórias se alinhavam ao modo de traduzir conhecido por “estrangeirização”, que fora proposto por Schleiermacher no início do século XIX, em especial, no ensaio Sobre os dois métodos de tradução, publicado em 1813, no qual o autor distingue dois procedimentos possíveis para a tradução de textos.

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Publicado

2014-10-13