REPENSANDO A CONSTITUIÇÃO DA COMPETÊNCIA TRADUTÓRIA E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO TRADUTOR

Autores

  • José Luiz Villa Real Gonçalves UFOP

Palavras-chave:

competência tradutória, formação de tradutores, cursos de tradução

Resumo

Nos Estudos da Tradução, a eficiência de um tradutor e a qualidade de seu trabalho têm sido investigadas, já há mais de uma década, com base no conceito de Competência Tradutória, Competência em Tradução ou Competência do Tradutor (e.g. Schaffner; Adab, 2000; PACTE, 2003; Pagano; Magalhães; Alves, 2005; Alves; Gonçalves, 2007). Dos diversos trabalhos sobre o tema, no entanto, identificamos que, embora haja elementos em comum sobre a Competência Tradutória, há outros fatores que são divergentes ou conflitantes, variando de acordo com as abordagens teóricas e/ou didático-pedagógicas utilizadas para se descrever a constituição desta competência ou para se implementar o seu desenvolvimento. Tendo em vista o crescente interesse pela tradução, não só no campo do ensino e da pesquisa, com o aumento da produção acadêmico-científica na área e da oferta de cursos de graduação e pós-graduação em instituições federais de ensino superior no Brasil, mas também, e especialmente, no campo profissional, com a ampliação progressiva da demanda por serviços especializados de tradução, há que se avaliar a conjuntura atual dessas divergências teóricas e didático-pedagógicas para a formação do tradutor a fim de se aprofundarem e se aperfeiçoarem os preceitos dessa área de formação. Assim, partindo da metodologia aplicada na pesquisa de Gonçalves e Machado (2006) e aprofundando alguns dos conceitos teóricos sobre a competência tradutória, este trabalho realizou um levantamento de informações sobre cursos de tradução no Brasil, em dois momentos distintos (2009 e 2014), analisando a configuração de seus currículos com base em conceitos e modelos teóricos relativos à composição da Competência Tradutória, os quais serviram para identificar e destacar os elementos essenciais para a formação do profissional desta área. Buscou-se avaliar quais seriam os pontos de convergência e de divergência entre os preceitos teóricos e as orientações didático-pedagógicas no ensino de tradução, explícitas ou implícitas nos currículos das diferentes instituições formadoras de tradutores. O levantamento dos dados sobre os cursos de tradução foi feito através das informações disponibilizadas na internet pelas respectivas instituições, em dois momentos distintos. Os resultados apontam para uma mudança no perfil geral de formação do tradutor no Brasil nos últimos anos e, ainda, para a necessidade do aprofundamento do diálogo, cooperação e articulação entre os diversos agentes envolvidos com a tradução (tradutores, professores, pesquisadores, gestores), visando à consolidação de uma proposta que defina o conjunto mínimo de conhecimentos e competências para a formação do tradutor profissional.

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Publicado

2014-10-14