CLARICE LISPECTOR TRADUTORA DE LITERATURA INFANTOJUVENIL

Autores

  • Marcílio Garcia Queiroga

Resumo

Ao longo de sua vida Clarice Lispector exerceu inúmeras atividades, entre elas a de tradutora paralelamente à de escritora e jornalista. Embora seja na atualidade uma das escritoras brasileiras mais estudadas, impressiona a escassez de trabalhos acadêmicos acerca de Clarice Lispector como tradutora. Os trabalhos de Gomes (2004), Nolasco (2007), Ferreira (2012) e Miroir (2013), estes mais específicos, fazem parte do reduzido número de pesquisas. Também são relevantes os dados apontados por Marting (1993), Gotlib (1995) e Moser (2012). Os trabalhos traduzidos, um total de mais de quarenta, eram bastante diversificados e entre eles figuram cinco traduções/adaptações de literatura infantojuvenil, sendo uma do francês (“A ilha misteriosa”, Julio Verne) e cinco do inglês (“Viagens de Gulliver” – Jonathan Swift, “Chamado Selvagem” – Jack London, “O retrato de Dorian Gray” – Oscar Wilde, “O talismã” – Walter Scott e “Tom Jones” – Henry Fielding). A tradução de literatura infantojuvenil é reconhecida por Jobe (1996) como atividade exigente e complexa na qual o tradutor se encontra no dilema de produzir traduções literais ou preservar a fluidez do texto, adaptando-o ao contexto de chegada. Klingberg (1986) aponta que em muitos aspectos os problemas de tradução apresentados na literatura para crianças e jovens podem ser os mesmos da literatura feita para adultos. A literatura infantojuvenil pode trazer, na maioria das vezes, desafios ainda maiores para o tradutor, vez que tendo que lidar com uma multiplicidade de demandas, ainda exige-se dele a invisibilidade no texto. Segundo Lathey (2006), ainda que o nome do tradutor não figure no texto, mesmo que não haja evidência da sua existência (além do nome), ele estará marcado através de sua presença discursiva no texto (implícita ou explicitamente), o que Hermans (1999) denomina “voz do tradutor”. O corpus deste trabalho é composto pelas obras “Chamado selvagem”, de Jack London e “Viagens de Gulliver”, de Jonathan Swift, através das quais se pretende discutir com base em um corpus paralelo a presença discursiva do tradutor. Este trabalho se amparará nos pressupostos dos Estudos Descritivos da Tradução (Toury, 1995; 2012), voz do tradutor, de Hermans (1999) e estudos baseados em corpora (Baker, 1993; 1995; 1996; 1999).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

2014-10-14