DA LITERATURA PARA O CINEMA: A TRADUÇÃO DE CELIE, PERSONAGEM “WOMANISTA”, DE THE COLOR PURPLE

Autores

  • Raquel Barros Veronesi
  • Carlos Augusto Viana da Silva

Palavras-chave:

literatura negra, cinema, tradução

Resumo

Este artigo tem como objetivo investigar a reescritura da personagem Celie, do romance de Alice Walker, The Color Purple (1982), para o filme homônimo de 1985, dirigido por Steven Spielberg. De modo específico, analisamos a tradução do “womanismo” – termo adaptado por Walker para se referir, entre outros significados, a um tipo de feminismo negro – e sua importância na reconstrução identitária da protagonista. Considerando alguns princípios teóricos que percebem a transmutação de textos literários como uma recriação, discutimos as modificações suscitadas, que suavizam algumas características “womanistas” de Celie na tela. Indagamos, ainda, sobre os motivos que impulsionaram a adaptação de um romance de resistência à discriminação gênero-racial na década de oitenta, considerando o contexto sociocultural norte-americano e, especificamente, os padrões hollywoodianos desta época. Assim, investigamos algumas estratégias utilizadas no processo tradutório da personagem, buscando compreender as motivações que levaram o diretor a essas mudanças, e como o filme lida com a proposta de Walker, que busca evidenciar a mulher negra e sua trajetória de luta contra a discriminação gênero-racial. Como embasamento teórico, recorremos ao conceito de reescritura, de Lefevere (2007), que enfatiza o caráter histórico e cultural dos textos traduzidos, aos estudos de Maparyan (2012) e à própria Walker (1983), no que se refere ao “womanismo” e à história da mulher negra.

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Publicado

2014-10-14