A CONFIGURAÇÃO DO TEMPO E DA MEMÓRIA NO ROMANCE E NA ADAPTAÇÃO FÍLMICA DE TO THE LIGHTHOUSE
Resumo
A adaptação de categorias subjetivas da literatura para o cinema tem mostrado grande investimento nas construções simbólicas da linguagem plástica, fornecendo subsídios à recriação poética de esferas temáticas e temporais. Tal recriação, segundo Chatman (1990), faz-se possível através dos filtros que mantêm a subjetividade necessária à adaptação dos processos de percepção interior. Neste sentido, nossa pesquisa apresenta os resultados do estudo comparado entre o romance To the Lighthouse, de Virginia Woolf, e a adaptação fílmica homônima, de Colin Gregg, objetivando a análise da construção das estruturas temporais, em ambas as narrativas, e a investigação dos efeitos de sentido decorrentes do diálogo entre os meios. Para tanto, subsidiados nas bases críticas e teórico-metodológicas de Hutcheon (2011), Ricoeur (2010), Martin (2007), Draaisma (2005), Bergson (2006), Hussey (2000), Marcus (1997), dentre outros estudiosos, mostramos a construção das estratégias que interferem significativamente na configuração do tempo e da memória, seus dados subjetivos e sua representação simbólica. Constatamos, então, que o processo de materialização da memória, na adaptação de To the Lighthouse, faz-se sobretudo através de elementos simbólicos relacionados à duração da percepção interior, quando acionada a partir de um estímulo sensorial, proporcionando ao espectador a possibilidade de complementação dos dados temporais e a construção de significados.Downloads
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