PARA ALÉM DA SINCRONIA: A (IN)TRADUZIBILIDADE DA SONORIDADE NEGRA NORTE-AMERICANA NA DUBLAGEM DE DJANGO UNCHAINED
Resumo
Desde que o cinema se tornou uma das manifestações artísticas mais difundidas em todo o mundo, a necessidade de alguma forma de tradução audiovisual se fez necessária para que as narrativas cinematográficas pudessem ser comercializadas em diferentes países. As maneiras encontradas de tornar essas narrativas acessíveis a diferentes públicos foram a legendagem e a dublagem. Entre essas duas, um aspecto parece ter se colocado, desde o princípio, como indispensável ao sucesso e aceitação: a sincronia. A dublagem e o dublador parecem assumir um estatuto de ventriloquismo. Como se o objetivo dessa modalidade de tradução fosse a de criar um efeito de ilusão entre os espectadores: a ilusão de que os atores dublados na tela falam a mesma língua do que a audiência, assim como em um espetáculo de ventriloquismo, quando o artista é tão competente ao ponto de não se conseguir precisar de onde é que sai a voz daquele boneco. A hipótese de minha pesquisa é a deque existe algo além, ou anterior, a esse aspecto instrumental. A proposta deste trabalho não é a de julgar a fidelidade ou a qualidade sincrônica da tradução audiovisual de alguma obra cinematográfica. A intenção é tomar e propor a sonoridade de uma determinada narrativa cinematográfica naquilo que ela tem de intraduzível. O corpus escolhido para tentar fazer ouvir essa (in)traduzibilidade é a sonoridade negra norte-americana que vem pelo/no filme “Django Unchained”, de Quentin Tarantino.Downloads
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