TRADUZINDO A CONDESSA: VARIAÇÕES SOBRE A VIOLÊNCIA EM MEMÓRIAS DE UM BURRO, DA COMTESSE DE SÉGUR

Autores

  • Vera Chacham

Palavras-chave:

Condessa de Ségur, Memórias de um Burro, Memórias de um burro brasileiro

Resumo

Desde que começou a publicar livros pela editora Hachette, em fins dos anos de 1850, a Condessa de Ségur obteve um sucesso editorial que não demorou a ultrapassar as fronteiras francesas. Uma sobrevivência no espaço e no tempo que já se tornou motivo de inquietação para vários pesquisadores. No que diz respeito ao próprio universo cultural francês, já há em 1913, Jacques Zeiller se perguntava “se os livros de Mme. De Ségur são feitos para desenvolver nas crianças um sentido exato da vida social atual. (...)” No entender de Zeiller, Mme. de Ségur possui claros princípios sociais, e não somente políticos e religiosos, que, se são pouco benevolentes em relação à burguesia, parecem colocá-la como amiga do povo, com a condição que o povo pense bem. Um século após Zeiller, grande parte dos estudiosos da obra da Condessa parece unânime em afirmar que os livros da Condessa “continuam a sobreviver a um mundo desaparecido”. Ao tomarmos como objeto de análise comparativa o livro Mémoires d`un âne e algumas de suas adaptações e traduções brasileiras, nossa proposta consiste em perceber sob que condições este livro, precisamente, sobreviveu, especialmente aqui no Brasil, buscando compreender como aqui se expressa, se contextualiza ou se ameniza a violência explícita, sempre presente nos livros de Sofia de Ségur, mas que possui, nas “Memórias” originais, um forte teor social. O interesse pelo tema se desenvolveu com a minha vivência pessoal de traduzir as Memórias.

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Publicado

2014-10-14