Equivalência dinâmica de Nida e a tentativa de tradução da Bíblia no Japão no século XVI-XVII

Autores

  • Mamiko Sakamoto Universidade do Porto (Portugal)

Palavras-chave:

Tradução da Bíblia, língua japonesa, equivalência dinâmica

Resumo

No que diz respeito à tradução da Bíblia, Eugene A. Nida (Nida & Taber, 1969) propôs a ideia de “equivalência dinâmica”, alegando que a relação entre o recetor e a mensagem deve ser substancialmente o mesmo como entre o recetor original e a mensagem. No entanto, quando o tema do texto original não é reconhecido na cultura recetora, será possível traduzi-lo, substituindo por termos já existentes sem causar qualquer confusão? Neste trabalho explorou-se um exemplo de tradução da Bíblia no Japão que ocorreu durante os séculos XVI e XVII. As primeiras tentativas de tradução da Bíblia ocorreram durante a vinda de Francisco Xavier para o Japão, pelo primeiro católico japonês conhecido até agora, chamado Anjirô. No entanto, devido à sua falta de formação, na sua tradução, os termos cristãos foram substituídos pelos termos budistas, um das quais o termo ‘Deus’. Anjirô substituiu este conceito pelo termo ‘Dainichi’, uma das designações de buda, que se escreve literalmente ‘o grande Sol (大日)’ em japonês. Esta transferência cultural teve um impacto considerável nas atividades dos missionários, gerando várias confusões. Aprendendo desta experiência, os missionários deixaram de substituir os termos cristãos e começaram a utilizar os termos originais em português ou latim. Estes exemplos da fase inicial da tradução da Bíblia em japonês mostram-nos um dos importantes aspetos de tradução: a equivalência dinâmica não é possível quando não existe um conceito semelhante na cultura recetora ou o conceito já existente for essencialmente distinto.

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Biografia do Autor

Mamiko Sakamoto, Universidade do Porto (Portugal)

3º cículo em Tradução

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Publicado

2014-12-19

Edição

Seção

Artigos