DIÁLOGO DE GÊNEROS NA CARTA-PREFÁCIO DE PARTÊNIO DE NICEIA A CORNÉLIO GALO

Autores

  • Orlando Luiz de Araújo

Resumo

Dos amores apaixonados, de Partênio de Niceia (séc. I a.C), é uma obra polifônica, construída em diálogo com poetas, historiadores e filósofos, que lançam novos olhares não apenas para o tema da paixão, mas também para questões fundamentais à crítica e à criação poética. Por conseguinte, constrói-se como obra de fronteira, já que promove a relação da poesia com a filosofia. Ela sugere que o leitor dessas historietas tome uma posição diante da paixão. Fazendo isso, obriga o leitor a refletir sobre o poético. Nesta comunicação, analisaremos a carta-prefácio que Partênio envia ao amigo Cornélio Galo, a fim de que esse ofereça novo tratamento às histórias. Partimos da hipótese de que esse procedimento coloca Partênio no papel de mediador de duas épocas literárias: o passado, cujo representante é Homero, e o presente, com a formação de novos modelos poéticos, alcançados pelas conquistas recentes de outras culturas. Para mostrar a pertinência da análise, utilizaremos o conceito de dialogismo de Bakhtin (1936), pois nos possibilita reconhecer as instâncias dialógicas do presente com o passado e o futuro, numa espécie de jogo de previsão e resposta. Nesse contexto, Partênio dialoga com a tradição e “propõe” novo modelo de criação poética. A análise parte do texto no original grego e sua tradução para o português do Brasil.

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Publicado

2017-09-27

Edição

Seção

Comunicações Breves Eixo Tradução e Análise Textual