A TRADUÇÃO PARA O INGLÊS DE REGIONALISMOS PRESENTES NO ROTEIRO DE FILME "A ESTIRPE": RELATO DE EXPERIÊNCIA DE TRADUTORES EM FORMAÇÃO

Autores

  • Alberto Holanda Pimentel Neto
  • Alma Desirée Queiroga e Gomes

Resumo

Dentre os debates frequentes nos Estudos da Tradução, pode-se citar a tradução de expressões regionais, ou regionalismos, como são mais conhecidas. Deve-se levar em conta que essas expressões idiomáticas, dentre outras, não podem ser interpretadas a partir do significado isolado das palavras que as compõem, mas como um todo. As expressões, portanto, à medida que são caracterizadas pelo povo que as fala, também o caracterizam. Sendo assim, tornam-se parte da cultura e da língua que as carrega. Mas como traduzi-las e como levar o contexto social e cultural a que pertencem para outros países? Com base nesses questionamentos, e em debates comumente realizados dentro dos Estudos da Tradução, a presente comunicação propõe discutir algumas questões práticas e teóricas envolvidas no processo de tradução do roteiro-argumento do curta-metragem “A Estirpe”, do Português para o Inglês. Essa discussão foi pensada, uma vez que “A Estirpe” apresenta um contexto regional amplamente marcado, que é transmitido para seu receptor através de seus personagens, componentes de uma família de classe média advinda do interior da Paraíba. A fala dos integrantes é caracterizada por regionalismos e expressões que têm influência determinante na construção de suas identidades. Dessa forma, são apresentadas as principais dificuldades enfrentadas, as conquistas e os aprendizados adquiridos pelos tradutores envolvidos nesta tradução, bem como as estratégias que utilizaram para realizá-la. A tradução do roteiro foi feita em conjunto pelos autores da presente proposta e supervisionada pela professora Camila Braga, no âmbito do Projeto de Extensão em Tradução da Universidade Federal da Paraíba – UFPB (EXTRAD). O texto-fonte tem, ao todo, 17.057 palavras, e a tradução, realizada no período compreendido entre junho e agosto de 2017, será apresentada pelo cineasta em laboratórios de desenvolvimento de roteiros da América Latina, Europa e Ásia. Expõem-se aqui também alguns exemplos das escolhas realizadas pelos tradutores do roteiro, o porquê destas escolhas e os caminhos que os levaram a elas. Em muitos dos casos, preferiu-se optar pela tradução das expressões, a fim de se atingir uma equivalência dinâmica, conceito expressado por Nida (1964); em outros, acordou-se que manter o termo em português seria a melhor opção. Isso em decorrência de o processo tradutório, mais que um transporte linguístico, ser um mediador cultural. Com isso, trazem-se alguns pontos de cunho mais pertinente, a fim de discorrer acerca de questões, muitas vezes, polêmicas, que perpassam o trabalho do tradutor. Destacam-se aqui a tradução como reescritura, a equivalência e o papel do tradutor na transposição de um texto – neste caso, carregado de significados, expressados através da linguagem dos personagens presentes – para outra língua. Para embasamento nas discussões que serão realizadas, ancoramo-nos nas discussões propostas principalmente por André Lefevere e Lawrence Venuti, fazendo paralelo com outros autores, como Blume e Hummitzsch (2009) e Huelinton e Rios (2001). O presente trabalho busca, assim, contribuir para as discussões que são realizadas dentro dos Estudos da Tradução, como, por exemplo, as implicações que a tradução pode trazer ao ser recepcionada por um público pertencente a uma cultura e a um contexto social diferentes do que lhe é apresentado.

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Publicado

2017-09-27

Edição

Seção

Comunicações Breves Eixo Tradução, Trasnferência Cultural e Circulação