The Wizard of Oz, do Literário ao Cinematográfico: diálogos à luz da tradução intersemiótica
Resumo
A tradução intersemiótica é um dos caminhos teóricos que podemos percorrer quando queremos fazer um estudo comparativo entre um texto verbal e um não verbal. A literatura comparada, área que nos fornece subsídios para identificarmos os diálogos possíveis entre obras de vieses artísticos concebidas em outras atmosferas semióticas pode enveredar pelos caminhos das pesquisas intersemióticas. A decodificação dos signos de um sistema semiótico para outros existe acerca da necessidade de [re] contar uma história e/ou transmitir a mensagem do original à múltiplas traduções, por meio de outras cores, palavras, imagens e sons. Contudo, por mais que uma obra seja a base para a recriação de outras, não podemos julgá-las como se pertencessem ao mesmo campo significo, pois são concebidas em berços semióticos diferentes. Nosso trabalho analisa o tratado entre a obra literária The Wizard of Oz, de L. FrankBaum (2011) e a obra fílmica, homônima,de Victor Fleming (1939), na composição do espaço em que a narrativa é inserida, comparando os possíveis diálogos sígnicos; não apenas as divergências, mas as negociações entre a obra literária e cinematográfica. De acordo com os estudos de Julio Plaza (1987), a tradução intersemiótica é vista como uma prática “crítico-criativa”, ou seja, um tratado sobre a transcriação dos signos se estabelece, mantendo um diálogo entre os campos semióticos distintos. Outro ponto o qual direcionamos nossa análise é a espacialidade na composição de relação de sentido entre as duas órbitas. Segundo Borges Filho (2007), o espaço é tudo o que compõe o cenário na narrativa, ou seja, objetos, personagens, recipiente, tudo o que fornece relações de sentido presentes no enredo, pois as junções desses elementos ajudam alcançar o objetivo principal em ambos os cenários semióticos, o de narrar uma história. Contudo, nosso trabalho não se detém apenas em escrutinar o espaço descrito em ambos enredos, mas também a contribuição dos símbolos, presentes em ambos os cenários, na composição da narrativa, propondo um passeio entre os dois universos e as características que os configuram. Para fomentar nossa análise buscamos respaldo, também, nos estudos de Xavier (1983), Johnson (2003), Bazin (1991), entre outros.Downloads
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