O Processo de Referenciação de um Folheto: uma leitura semiótica

Autores

  • Flaviano Batista do Nascimento Universidade Federal da Paraíba

Palavras-chave:

Semiótica, Referenciação, Folheto, Transcodificação, Cultura.

Resumo

Este trabalho tem como objetivo principal fazer uma análise do processo de referenciação de um folheto, identificando nele como algumas imagens referenciais foram moldadas pelo poeta no momento da produção e da refacção textual. O corpus consta do folheto de cordel: “Juvenal e o dragão” (2005), do poeta paraibano Leandro Gomes de Barros (1865\1918), no qual observamos e discutimos termos e ideias como: “a instabilidade generalizada”, “a instabilidade das relações entre as palavras e as coisas”, “instabilidades categoriais em controvérsias científicas”, “a instabilidade das categorias dentro de práticas linguísticas e cognitivas”, os protótipos, as anáforas etc. A teoria escolhida é a semiótica francesa, desenvolvida por Algirdas Julien Greimas. A referenciação, que vai da referência ao referente ou “coisa referente e coisa referida”, fundamentar-se-á em Greimas (2016_), Rastier (2001) e, sobretudo, em Mondada e Dubois (2016). A referência pode ser classificada como um termo da semiótica e também da linguística que relaciona um objeto textual ou do sistema, construído culturalmente, independentemente do idioma do sujeito, com outro extralinguístico ou extrassemiótico (não-semiótico), que está fora da língua, porém é designado por ela, mesmo que se trate de objetos abstratos (objetos aparentemente sem referência). Segundo Greimas (2016: 413), “o termo referência denomina a relação que vai de uma grandeza semiótica a uma outra não-semiótica, a qual depende, por exemplo, do contexto* extralinguístico”. A grandeza semiótica faz parte da língua e pode ser incorporada aos textos; a outra, é o referente (elemento concreto ou do mundo imaginário que está externo ao sistema linguístico, mas este o referencia por meio de atos enunciativos). Tal contexto, mesmo sua apreensão sendo do domínio da semiótica, nada impede que a língua o absorva e o apreenda através da descrição, da designação, da indicação etc., posto que, no texto (conjunto de signos), indiretamente, está a referência ao objeto (que pode ser físico, concreto, imaginário, histórico etc.).

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Publicado

2018-03-01

Edição

Seção

Tradução intersemiótica