Biologia reprodutiva, visitantes florais e dispersão de Ocotea duckei Vattimo-Gil (Lauraceae) na Reserva Biológica Guaribas, Paraíba, Brasil

Autores

  • Sanna Rocha Nóbrega Universidade Federal de Roraima
  • Márcia Emanuelle Madruga Fortunato Universidade Federal de Pernambuco
  • Zelma Glebya Maciel Quirino Universidade Federal da Paraíba

Palavras-chave:

autoecologia, miiofilia, zoocoria

Resumo

A família Lauraceae é amplamente distribuída pelo mundo, importante econômica e ecologicamente. O gênero Ocotea é conhecido por sua composição química rica em substâncias utilizadas na indústria farmacêutica e é característico de área de remanescente de Mata Atlântica. O objetivo do estudo foi descrever a fenologia, biologia reprodutiva, polinização e dispersão de O. duckei, em uma área da mata atlântica nordestina, na Reserva Biológica Guaribas. Entre março de 2009 e fevereiro de 2010 uma população de 30 indivíduos foi acompanhada mensalmente. Durante o pico de floração foram registros os visitantes florais e no período de frutificação registrou-se o dispersor. Ocotea duckei é uma espécie arbórea, apresenta flores dispostas em inflorescências do tipo composta homogênea – racimo-racimo, terminal, abrindo as flores de baixo para cima. As flores medem em média 3,3 + 0,47mm, são trímeras, inconspícua, de cor amarela, com odor adocicado, oferecem pólen como recompensa e são actinomorfas, andróginas. O período de floração é de janeiro a junho e a frutificação se sobrepõe entre os meses de maio e janeiro, as visitas florais foram principalmente de insetos da família Diptera com maior frequência no período da manhã. Portanto, O. duckei foi caracterizada dentro da síndrome de polinização miiofila, sendo também encontrados outros visitantes, como Vespidae, Meliponinae, Formicidae, Apidae, Coleoptera e Lepidoptera. A dispersão foi realizada por uma espécie de ave a Elaenia cristata.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Zelma Glebya Maciel Quirino, Universidade Federal da Paraíba

Centro de Ciências Aplicadas e Educação Departamento de Engenharia e Meio Ambiente

Referências

Beach JH, Bawa KS. 1980. Role of pollinators in the evolution of dioecy from distily. Evolution, 34: 1138-1142.

Charlesworth B, Charlesworth D. 1978. A model for the evolution of dioecy and gynodioecy. American Naturalist, 112: 975-997.

Fisch STV, Nogueira Jr LR, Mantovani W. 2000. Fenologia reprodutiva de Euterpe edulis Mart. na Reserva Ecológica do Trabiju (Pindamonhangaba – SP). Revista Biociências, 6(2): 31-37.

Fournier LA. 1974. Un método cuantitativo para la medición de características fenológicas en arboles tropicales. Turrialba, 24:422-423.

Francisco MR, Galetti M. 2001. Aves como potenciais dispersoras de sementes de Ocotea pulchella Mart. (Lauraceae) numa área de vegetação de cerrado do Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica, 25(1): 11-17.

Frankie GW, Haber WA, Opler PA, Bawa KS. 1983. Characteristics and organization of large bee pollination systems in the Costa Rican dry forest. In: Jones CE, Littles RJ (eds), Handbook of experimental pollination biology. Van Nostrand & Reinhold, New York.

Kubitzki K, Kurz H. 1984. Synchronized Dichogamy and Dioecy in Neotropical Lauraceae. Plant Systematics and Evolution, 147: 253-266.

Lenza E, Oliveira PE. 2006. Biologia reprodutiva e fenologia de Virola sebifera Aubl. (Myristicaceae) em mata mesofítica de Uberlândia, MG, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, 29 (3).

Lloyd DG. 1975a. Breeding systems in Cotula IV. Reversion from dioecy to monoecy. New Phytologist, 74: 125-145.

Lloyd DG. 1975b. The maintenance of gynodioecy and androdioecy in angiosperms. Genetica, 45: 325-339.

Lloyd DG. 1980. The distribution of gender in four angiosperm species illustrating two evolutionary pathways to dioecy. Evolution, 34: 123-134.

Lorenzon MCA, Matrangolo CAR, Schoereder, JH. 2003. Flora visitada pelas abelhas eussociais (Hymenoptera, Apidae) na Serra da Capivara, em caatinga do Sul do Piauí. Neotropical Entomology, 32(1): 27-36.

Machado ICS, Lopes AV. 2003. Recursos florais e sistemas de polinização e sexuais em Caatinga. In: Leal IR, Tabarelli M, Silva JMC (orgs), Ecologia e Conservação da Caatinga. Editora Universitária, UFPE, Recife, pp. 515-563.

Motta-Junior JC. 2007. Ferruginous Pygmy-owl (Glaucidium brasilianum) predation on a mobbing Fork-tailed Flycatcher (Tyrannus savana) in south-east Brazil Ferruginous Pygmy-owl (Glaucidium brasilianum) predation on a mobbing Fork-tailed Flycatcher (Tyrannus savana) in south-east Brazil. Biota Neotropica, 7(2).

Nimer E. 1979. Climatologia do Brasil. IBGE, 421 p.

Paraíba, Governo do Estado. 1985. Atlas do Estado da Paraíba. Editora Grafset, João Pessoa: p 99.

Pereira MS, Alvez RRN. 2007. Composição Florística de um remanescente de Mata Atlântica na Área de Proteção Ambiental Barra do Rio Mamanguape, Paraíba, Brasil. Revista de Biologia e Ciências da Terra, 7(1): 1-10.

Plano de Manejo da Reserva Biológica Guaribas. Ministério do Meio Ambiente/IBAMA.

Prates DW, Gatto LCS, Costa MIP. 1981. Geomorfologia – Projeto RADAMBRASIL, Levantamento dos recursos naturais. Rio de Janeiro, Ministério de Minas e Energia, vol. 23. p. 301–348.

Piña-Rodrigues FCM, Costa LCS, Reis A. 1990. Estratégias de estabelecimento de espécies arbóreas e o manejo de florestas tropicais. In: Congresso Florestal Brasileiro, 6, Campos do Jordão. Anais. São Paulo: SBS/SBEF, p. 676-684.

Piña-Rodrigues FCM, Piratelli AJ. 1993. Aspectos ecológicos da produção de sementes. In: Aguiar IB, Piña-Rodrigues FCM, Figliolia MB. (coord) Sementes florestais tropicais. Brasília: Abrantes, p. 47-82.

Quinet A, Andreata RHP. 2002. Lauraceae Jussieu na Reserva Ecológica de Macaé de Cima, município de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia, 53(82): 59-121.

Quinet A, Baitello JB, Moraes PLR, Assis L, Alves FM. 2014. Lauraceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB143>. Acesso em: Out. 2014.

Rangel AC, Silva AG. 2013. Estrutura populacional e razão sexual em Ocotea notata (Lauraceae) de uma planície arenosa costeira no sudeste do Brasil. Natureza on line, 11(4): 196-202.

Renner SS, Feil JP. 1993. Pollinators of tropical dioecious angiosperms. American Journal of Botany, 80(9): 1100-1107.

Renner SS, Ricklefs RE. 1995. Dioecy and its correlates in the flowering plants. American Journak of Botany, 82(5): 596-606.

Ross MD. 1982. Five evolutionary pathways to subdioecy. The American Naturalist, 119: 297-318.

Ross MD. 1990. Sexual asymmetry in hermaphroditic plants. Trends in Ecology and Evolution, 5: 43-47.

Salgado AO, Filho SJ, Gonçalves LMC. 1981. As Regiões fitoecológicas, sua natureza e seus recursos econômicos. Estudo fitogeográfico, p. 485-544. In: Projeto RADAMBRASIL. Levantamento de Recursos Naturais. Rio de Janeiro, IBGE, vol. 23, Folhas SB 24/25, 744 p.

Silva GBM, Pedroni F. 2014. Frugivoria por Aves em Área de Cerrado no Município de Uberlândia, Minas Gerais. Revista Árvore, 38(3): 433-442.

Silva A, Aguiar IB, Schõffel ER. 2000. Fenologia reprodutiva de canela-preta (Ocotea catharinensis Mez-Lauraceae) no Parque Estadual da Cantareira, São Paulo (SP). Revista do Instituto Florestal, 12(2): 77-88.

Werff HWD, Lorea F. 1997. Lauraceae. Flora del bajío y de regiones adyacentes, v.58.

Wheelwright NT. 1986. Seven-year study of individual fruit variation in fruit production in tropical Bird-dispersed tree species in the family Lauraceae. In: Estrada A, Fleming TH. (ed), Frugivores and seed dispersal. Dordrecht: Dr. W Junk Publishers, p. 19-35.

Downloads

Publicado

2016-09-30

Como Citar

NÓBREGA, S. R.; FORTUNATO, M. E. M.; QUIRINO, Z. G. M. Biologia reprodutiva, visitantes florais e dispersão de Ocotea duckei Vattimo-Gil (Lauraceae) na Reserva Biológica Guaribas, Paraíba, Brasil. Gaia Scientia, [S. l.], v. 10, n. 4, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/gaia/article/view/26347. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Ciências Ambientais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)