Modo capitalista de ser e natureza: limites, contradições e transcendências ecossistêmicas
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2018v12n2.35753Resumo
O avanço das forças produtivas, proporcionado pelo desenvolvimento científico-técnico, faz emergir importantes incompatibilidades entre o processo de produção capitalista e a finitude dos recursos naturais do Planeta. O paradigma do crescimento econômico exponencial potencializa problemas sociais e ambientais locais à escala global. Com este artigo, buscamos nos apropriar de uma dialética conceitual para dar conta dos complexos elementos que perfazem o objeto investigado, qual seja, as inter-relações entre economia, sociedade e Natureza. A conclusão geral é que a humanidade caminha a passos largos para uma irreversível crise civilizacional e para a ruptura metabólica estrutural. A depleção da matéria disponível no Planeta compromete a continuidade da civilização inerente ao sistema do capital. Construímos por negação aportes para uma sociedade de transição para além do capital. Frente a proposta hegemônica de crescimento econômico ilimitado, apregoada pela escola econômica neoclássica, ensaiamos um debate que envolve os significados de “desenvolvimento sustentável” e a ideia do “decrescimento econômico” na forma como sugerida pelo economista e filósofo francês Serge Latouche.
Downloads
Referências
Altvater, E. 2010. O fim do capitalismo como conhecemos. Tradução de Peter Naumann. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Bauman, Z. 2009. Vida líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
___________________2005a. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Tradução Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
___________________2005b. Vidas desperdiçadas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Boff, L. 2009. Ética da vida: nova centralidade. Rio de Janeiro: Record.
Capra, F. et al. 2005. Alfabetização ecológica: a educação das crianças para um mundo sustentável. São Paulo: Cultrix.
Debord, G. 2003. A sociedade do espetáculo. eBookLibris, Projeto Periferia. Disponível em: <http://www.cisc.org.br/portal/biblioteca/socespetaculo.pdf>. Acesso em: 16 nov. 2013.
Engels, F. 2009. A origem da família, da propriedade privada e do estado. Tradução Ruth M. São Paulo: Klauss Centauro,
Foster, J. B. 2010a. A ecologia de Marx: materialismo e natureza. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Foster, J. B.; CLARK, B.; YORK, R. 2010b. The Ecological Rift – Capitalism’s war on the Earth. Monthly Review Press, New York.
Harvey, D. 2011. O Enigma do capital e as crises do capitalismo. São Paulo: Boitempo Editorial.
Herculano, S. 2008. O clamor por justiça ambiental e contra o racismo ambiental. InterFaceHS – Revista de Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente, 3(1), 1-20 p.
Kurz, R. 2004. Com todo vapor ao colapso. Juiz de Fora, MG: Editora UFRJ – Pazulin.
Latouche, S. 2009. Pequeno tratado do decrescimento sereno. São Paulo: WMF.
Leff, E. 2002. Epistemologia Ambiental. 5ª Ed. São Paulo: Cortez Editora.
___________________2015. Saber ambiental. 11ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes.
Loureiro, B. 2012.Trajetória e Fundamentos da Educação Ambiental. 4ª Ed. São Paulo: Cortez Editora.
Marques, M. 2016. O capital em crise: educação e qualificação-desqualificante. Fortaleza: Expressão gráfica e Editora.
Marx, K.; Engels, F. 1984. A ideologia alemã. São Paulo: Editora Morais.
Marx, K. 1972. Elementos Fundamentales para la Crítica de la Economía Política (Grundrisse) – 1857~1858, vol. 1, Siglo Veintiuno, 10ª edición, México.
___________________1972. Elementos Fundamentales para la Crítica de la Economía Política (Grundrisse) – 1857~1858, vol. 2, Siglo Veintiuno, 10ª edición, México.
___________________1985. O Capital: crítica da economia política. Vol. 1. Tradução de Regis Barbosa e Flávio R. Kothe, 2ª edição. São Paulo: Ed. Nova Cultural.
Meadows, D. H. 2008. Thinking in systems: a primer. Editado por Diana Wright, Sustainability Institute. Chelsea Green Publishing. White River Junction, Vermont.
Mészáros, I. 2009. A crise estrutural do capital. Tradução de Francisco Raul Cornejo [et al]. São Paulo: Boitempo Editorial.
___________________2002. Para além do capital: rumo a uma teoria da transição. Tradução de Paulo César Castanheira e Sérgio Lessa. São Paulo: Boitempo Editorial e Editora da UNICAMP.
Oliveira, A. A. 2006. Para uma socioeconomia política da transição: possibilidades e limites da economia solidária. Tese de Doutorado Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará. Fortaleza-Ce.
Sennett, R. 1998. O declínio do homem público: as tiranias da intimidade. Tradução de Lygia Araújo Watanabe, 5 ª edição. São Paulo: Companhia das Letras.
Wallerstein, I. 1979. The capitalist world-economy. Cambridge: Cambridge University Press.