Logística reversa de embalagens de agrotóxicos em Arapiraca, Alagoas - Brasil
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2020v14n4.53321Resumo
Arapiraca é o município alagoano com os maiores casos de intoxicação por agrotóxicos do Estado, não somente pelo contato direto com o produto, mas pelo descarte inadequado das embalagens. Esta pesquisa objetivou realizar o diagnóstico da logística reversa de embalagens de agrotóxicos em Arapiraca/AL em nível de oito revendedoras de agrotóxicos, 31 agricultores familiares, responsáveis técnicos pela ADRAAL, ADEAL e Ministério Público Municipal, através de entrevistas, usando questionário semiestruturado. Apesar de as revendedoras fornecerem informações sobre o manejo de embalagens vazias de agrotóxicos (87,5%), 71,4% dos agricultores não realizam a devolução, sendo enterradas ou queimadas na maioria das vezes (59,6%). Quando devolvidas, a presença de resíduos foi o principal problema citado pelas revendedoras. Um total de 2.341 unidades e 1.482 kg de embalagens foram captadas pelo serviço itinerante executado pela Adraal em 2018. A ADEAL apresenta quadro limitado a 10 servidores e ausência de sistema informatizado para controle e monitoramento do uso de agrotóxicos. Nas 15 fiscalizações em 2017, foram observadas irregularidades em 91,7% das revendedoras, sendo a ausência de licença ambiental aquela mais frequentemente observada. Os resultados apresentados demonstram fragilidades quanto ao cumprimento das responsabilidades pelos atores envolvidos no processo da logística reversa: revendedores, agricultores e o poder público.