Relação de gênero na arte da pesca
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2018v12n1.30992Abstract
A pesca artesanal tem se mostrado quase que dominada pelo mundo masculino, o que torna a mulher pescadora “invisível” no que diz respeito às relações de poder envolvidas nessa atividade. Tal fato torna relevante compreender e caracterizar as peculiaridades do gênero dentro da pesca artesanal, tomando como cenário de análise, neste trabalho, a Reserva Extrativista de Canavieiras, na Bahia, e, assim, verificar como se estabelecem as relações de gênero na arte da pesca. Utiliza-se a análise multivariada, especificamente a análise de cluster, como instrumento para captar esse fenômeno.Os resultados demonstraram diferenças no perfil econômico relativo ao gênero que se estendem para a atividade pesqueira, revelando o domínio do homem sobre a mulher, tanto nos aspectos sociais de empoderamento quanto na relação com o meio ambiente. Conclui-se que a pesca é onde está claramente definida a atividade de acordo com o gênero; cabe à mulher, portanto, executar tarefas consideradas menos valorizadas econômica e socialmente.
Downloads
References
Alarcon, D. T. Uso e conservação de recurso pelos pescadores de duas Reservas Extrativistas da Bahia. 2014. Tese (Doutorado em desenvolvimento e meio ambiente) - Associação Plena em Rede das Instituições do PRODEMA, Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, Ilhéus, 2014.
Caldwell, K. L. Fronteiras da diferença: raça e mulher no Brasil. Revista Estudos Feministas, 2000. Disponível em: . Acesso em: fev. 2014.
Cavalcante, A. L. A arte da pesca: análise socioeconômica da Reserva Extrativista de Canavieiras, Bahia. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Santa Cruz. Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, 2011.
Cavalcanti, P. F. O que é empoderamento (Empowerment). Informativo científico da FAPEPI. Junho de 2006 – Nº 8, Ano III – Artigos. Teresina – Piauí, 24 de abril de 2006. Disponível em:<http://www.fapepi.pi.gov.br/novafapepi/sapiencia8/artigos1.php.>Acesso em: out. 2015
Costa, A. A.A; Sardenberg, C. M. B. O Feminismo do Brasil: reflexões teóricas e perspectivas. Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher da Universidade Federal da Bahia-UFBA. Salvador-Bahia, 2008. Disponível em: <http://articulacaodemulheres.org.br/wp-content/uploads/2015/06/TC-10-NEIM-UFBA-O-Feminismo-no-Brasil-1.pdf/>. Acesso em: dez. 2014.
Costa, A. A. A. O movimento feminista no Brasil: dinâmicas de uma intervenção política. Revista Gênero, Niterói, v. 5, n. 2, p. 9-35, 1. sem. 2005 Disponível em: http://www.revistagenero.uff.br/index.php/revistagenero/article/viewFile/380/285, Acesso em: dez. 2014.
Declaração e Plataforma de Ação da IV Conferência Mundial Sobre a Mulher. Instrumentos Internacionais de Direitos das Mulheres. Pequim, 1995. Disponível em: <http://www.unfpa.org.br/Arquivos/declaracao_beijing.pdf/>. Acesso em: fev. 2014.
Di Ciommo, R. C. Pescadoras e pescadores: a questão da equidade de gênero em uma reserva extrativista marinha. Revista Ambiente & Sociedade. v. X, n. 1; p. 151-163 de jan./jun. 2007, Campinas – São Paulo. Disponível em: . Acesso em: jun. 2014.
Dumith, R. de C. A importância da gestão compartilhada e das áreas marinhas protegidas para o sistema socioecológico da pesca artesanal: o caso das reservas extrativistas marinhas.2012, Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-graduação em Geografia, Universidade Federal do Rio Grande (FURG), 2012.
Eiken, V. W. The Conceptand Process of Empowerment. The Hague: Bernard Van Lee Foundation, 1990. Disponível em: < www.proceedings.scielo.br/scielo/>. Acesso em: jan. de 2015.
Ettinger, M. T. M. Tecendo a rede de mulheres de comunidades extrativistas e pesqueiras do sul da Bahia: reconhecendo e afirmando “ser” mulher. 2013, Dissertação (Mestrado), Programa de Desenvolvimento e Gestão Social -Escola de administração Universidade Federal da Bahia - UFBA. Salvador –Bahia, 2013.
Freitas, R. C. M. A. Construção de uma agenda para as questões de gênero, desastres socioambientais e desenvolvimento. Estudos Feministas, Florianópolis, 16 (3): 336, set. 2010.
Godoi, C. R. de M. Análise estatística multidimensional. 1985. Tese (Doutorado), Departamento de Matemática e Estatística, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo – USP, Piracicaba 1985.
Gohn, M. G. Empoderamento e participação da comunidade em políticas sociais. 2004.Revista Saúde e Sociedade. V. 13, n 2. 2004. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/7113/>. Acesso: set. de 2014.
Instituto Brasileiro de Geografia E Estatística (IBGE). Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=df/>. Acesso em: maio 2015.
Jara, C. J. Capital humano e capital social no desenvolvimento local sustentável. Brasília: IICA, 1999. p. 99-121. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_nlinks&ref=000168&pid=S1518-=pt/>. Acesso: jan. 2015.
Jesus, J. G. Mulheres em rede: uma experiência de empoderamento feminino e sustentabilidade ambiental no Sul da Bahia. Tese (Doutorado em desenvolvimento e meio ambiente) Associação Plena em Rede das Instituições do PRODEMA. Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, Ilhéus, 2014.
Kaufmann, J. C. A invenção de si: uma teoria da identidade. Lisboa: Instituto Piaget, 2004.
Larson, A.M. Decentralization and Forest Management in Latin America: Towards a Working Model’, Public Administration and Development 23(3): 211-26, 2011.
LIMA, J. E. S. Economia ambiental, ecológica e marxista versus recursos naturais. Revista FAE. v. 7, n.1, p. 119-127, 2004. Disponível em: . Acesso em: mar de 2015.
Melo, S. Desarrollo Local e Identidad. In: Rozas Germán O. e Arredondo Juan. Identidad, comunidad y desarrollo. Santiago de Chile: Universidad de Chile/ Gobierno de Chile, 2006, p. 143.
Mello, S. C. B. Comentários: o que é o conhecimento em marketing no Brasil, afinal? Revista administração contemporânea. 2006, vol.10, n.2, pp. 203-212. ISSN 1982-7849. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rac/v10n2/a11.pdf>. Acesso em: fev. 2014.
Ostrom, E. Governing the commons. The Political Economy Of Institutions And Decisions. Indiana Un; Cambridge Universityp Press. New York – USA, 1990.Disponível em:< http:www.cambridge.org/.../governing-commons-evolutive>. Acesso em: jun. 2015.
Pindyck, R.S.; Rubinfeld, D. L. P.H. Microeconomia. 7. edição. São Paulo –SP, 2010.
Plumwood, V. Feminism and the mastery of nature Feminism for today. Londres, Routledge, 1993
Pollice, F. O papel da identidade territorial nos processos de desenvolvimento local. 2010.Revista Espaço e Cultura, UERJ, RJ, N. 27, P. 7-23, JAN./JUN. Rio de Janeiro – 2010. Disponível: Acesso em: ago. 2015.
Seixas, C. S. et al. Gestão compartilhada do uso de recursos pesqueiros no Brasil:elementos para um programa nacional. Revista Ambiente e Sociedade, V. XI, n. 1 p. 23-44 de junho de 2011, Campinas – São Paulo.
Schmah, K., Ecofeminist strategies for change: a case study in western Australia, 1998. Disponível em:. Acesso: dez. 2014.
Shiva, V. Women, ecology and survival in India, kali for women, New Delhi.1988 Staying Alive: Disponível em: . Acesso em: jan. 2015.
Siliprandi, E. Ecofeminismo: contribuições e limites para a abordagem de políticas ambientais. Revista Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentabilidade. Porto Alegre- Rio Grande do Sul. V1, n°, 2000. Disponível em: <http://www.emater.tche.br/docs/agroeco/revista/n1/11ecofemi.pdf/>. Acesso em: dez. 2014.
Strange, T. Bayley, A. Sustainable development: linking economy, society, environment. Sustainable Development, 2008. Disponível em: <http://www.oecd.org/.../sustainabledevelopmentlinkingeco>. Acesso em: abr. 2015.
Stuker, H. Análise multivariada para dados onde a característica observada é subdividida em K classes.1986. Dissertação (Mestrado), ESALQ - Universidade São Paulo -USP, Piracicaba, 1986. 92 p.
Warren, K. J. Ecofeminist Philosophy: A Western Perspective on What It Is and Why It Matters. Rowman & Littlefield Publishers, Inc. Lanham Boulder New York Oxford, 2000.