Avanços nos estudos sobre sementes e plântulas de cactos do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2017v11n4.35473Abstract
Embora sejam publicados artigos sobre sementes de cactos dos diversos ecossistemas brasileiros há mais de 50 anos, as pesquisas que envolvem o conhecimento acerca da morfologia e fisiologia das sementes e plântulas de Cactaceae são consideradas extremamente recentes no país, pois, durante as quatro primeiras décadas, muito pouco foi publicado sobre essa temática. No Brasil são encontradas 262 espécies de cactos que se distribuem por todo território nacional, porém, até o final da década de 1990, apenas cinco espécies tinham sido estudadas. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão bibliográfica para mostrar os avanços nos estudos sobre sementes e plântulas de cactos do Brasil, desde a primeira publicação em 1966 até a presente data. Para atender os objetivos propostos neste estudo, uma extensa revisão bibliográfica foi realizada para a busca de publicações sobre três temas principais: (1) morfologia e anatomia de sementes e plântulas, (2) comportamento germinativo e fatores bióticos e abióticos que afetam a germinação e (3) desenvolvimento inicial e sobrevivência de plântulas de espécies de cactos do Brasil. Nas últimas cinco décadas, 81 artigos sobre esses três temas foram publicados com espécies de cactos que ocorrem no Brasil. Entretanto, a grande maioria desses estudos é recente, sendo que 68% desses artigos foram publicados de 2010 a 2017. O tema mais estudado foi o efeito dos fatores abióticos na germinação das sementes. Apenas 71 espécies foram estudadas até o momento e alguns padrões já podem ser apontados como, por exemplo, o fotoblastismo positivo da subfamília Cactoideae. Finalmente, incentiva-se a realização de mais estudos sobre essas temáticas, principalmente com representantes da família Cactaceae que ocorrem nos ecossistemas com menor número de espécies estudadas, como o Pampa e o Pantanal.