A FEBRE PUERPERAL:

A DESCONSIDERAÇÃO DA HIPÓTESE DE IGNÁZ SEMMELWEIS EM UM ABORDAGEM SÓCIO-CONSTRUTIVISTA

Autores

  • Marcos Rodrigues da Silva UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
  • Aline de Moura Mattos Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Debora Minikoski

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v11i1.49330

Palavras-chave:

Febre puerperal, Ignáz Semmelweis, Sócio-construtivismo

Resumo

Na década de 1840, o médico húngaro Ignáz Semmelweis propôs uma profilaxia para casos de febre puerperal. Atuando no Hospital de Viena, foi bem sucedido em sua proposta; em seguida passou então a tentar explicar a causa da doença. Sua hipótese colidia fortemente com o conhecimento médico-científico estabelecido na época; mesmo assim, ela foi acolhida com simpatia pela Academia de Ciências de Viena, que sugeriu um desenvolvimento dos trabalhos de Semmelweis. Semmelweis recusou a oferta e, simultaneamente, passou a atacar a comunidade médica, que ele considerava culpada pela doença. Finalmente, sua proposta foi totalmente desconsiderada pela comunidade. O objetivo desse artigo é, partindo da historiografia do episódio, apresentar uma explicação filosófica sócio-construtivista para a não aceitação da hipótese de Semmelweis.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcos Rodrigues da Silva, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

Doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Professor do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Londrina. Área de especialidade: filosofia da ciência.

Debora Minikoski

Mestre em Filosofia pela Universidade Estadual de Londrina.

Referências

BIRD, A. 2010. Eliminative Abduction: examples from medicine. Studies in History and Philosophy of Science, 41: 345-352, 2010.

BIRD, A. 2014. Inferência da Única Explicação. Cognitio, 15(2):375-384.

BOWLER. P. 1989. The Mendelian Revolution. Baltimore, Johns Hopkins University Press, 207 p.

CARTER, K.; CARTER, B. 2005. Childbed fever: a scientific biography of Ignaz Semmelweis. Piscataway, Transaction Publishers, 143 p.

CARTER, K. 1983. Translator’s Introduction. The etiology, concept, and prophylaxis of childbed fever. Madison, The University of Wisconsin Press, 263 p.

GILLIES, D. 2005. Hempelian and Kuhnian Approaches in the Philosophy of Medicine: the Semmelweis case. Studies in the History and Philosophy of Biological and Medicine Sciences, 36, 159-181.

HEMPEL, C. 1974. Filosofia da ciência natural. 2ª ed.,. Rio de Janeiro, Zahar, 142 p.

LAKATOS, I. 1978. The methodology of Scientific Research Programmes. In: J. WORRAL; C. GREGORY (eds.), Philosophical Papers, vol. 1. Chicago, Chicago Press, p. 1-15.

Cambridge, Cambridge University Press, 250 p.

LATOUR, B. 2001. Ciência em Ação: São Paulo, UNESP, 438 p.

LIPTON, P. 2004. Inference to the Best Explanation. 2ª ed., London: Routledge.

MARTINS, R; MARTINS, L.; TOLEDO, M.; FERREIRA, R. 1997. Contágio. História da prevenção das doenças transmissíveis. São Paulo, Editora Moderna, 199 p.

NULAND, S. 2005. A peste dos médicos: germes, febre pós-parto e a estranha história de Ignác Semmelweis. São Paulo, Companhia das Letras, 164 p.

SEMMELWEIS, I. [1861] 1983. The etiology, concept, and prophylaxis of childbed fever. Madison, The University of Wisconsin Press, 1983. 263 p.

Downloads

Publicado

19-05-2020

Edição

Seção

Artigos