Disputas e barreiras não-tarifárias no comércio agrícola: as exportações de carne bovina brasileira entre 2006 e 2015
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2525-5584.2018v3n2.35434Palavras-chave:
barreiras não-tarifárias, carne bovina, exportações, comércio agrícola, novo protecionismoResumo
O Brasil é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e lidera o ranking internacional dessas exportações desde 2008. Junto a outros países em desenvolvimento, as exportações brasileiras de produtos agropecuários também sofrem com práticas concorrenciais amparadas em barreiras não-tarifárias. O objetivo deste artigo é discutir as características do novo protecionismo e seus reflexos sobre o setor agroexportador brasileiro, destacando o caso da carne bovina. As barreiras comerciais têm dificultado a apropriação de ganhos de comércio pelas economias agroexportadoras. Para verificar os reflexos desse comportamento protecionista, analisou-se as exportações brasileiras de carne bovina para três importantes compradores (União Europeia, Rússia e Irã), de modo a também destacar suas respectivas peculiaridades. Os três casos examinados demonstraram as dificuldades que o Brasil tem para se ajustar às diferentes e voláteis exigências desses mercados. A adequação às exigências se tornou a melhor resposta a um sistema cada vez mais competitivo e dinâmico. Ademais, as “novas” práticas protecionistas são de difícil regulação, pois se confundem com a soberania das nações e com suas características econômicas, políticas e culturais.
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