The child’s body in the frames of biopolitics

when philanthropy made a capture machine (Brazil 1940-1950)

Authors

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2020v25n43.54046

Keywords:

History of Brazil, Childhood History, Governmentality Studies, History of Paraíba, Post-structuralism

Abstract

The text problematizes the historical emergence of the infantile body in Paraíba between the 1940s and 1950s as the effect of a medical-pedagogical-assistance device, based on the enunciative description and analysis of the bulletin of the state commission of the Brazilian Legion of Assistance (LBA). To this end, it articulates this journal with other narratives and knowledge of the time to inquire about its conditions of possibility. A set of photographs, demographic data and texts present in the journal are mobilized in order to draw the outlines of a child's genealogy as the subject of certain socioeconomic care and investments. The country's entry into the Second World War (1939-1945) created the scenario for redesigning social policies focusing on childhood and motherhood. Locally, Paraíba was undergoing transformations in public management with the interventionist Ruy Carneiro and the rationalization of administration. Such a project generated conflicts with the Catholic Church regarding the treatment of social issues such as motherhood and childhood, since then treated by First Lady Alice Carneiro from the perspective of philanthropy and no longer charity. In order to think about the conflicts and tensions that marked the process in which childhood and the child's body were taken as objects of specific policies, Michel Foucault's tools on power analytics in interface with Thomas Lemke's conceptual formulations are mobilized methodologically and Laura Bazzicalupo on biopolitics, as well as the reflections of Jacques Rancière and Georges Didi-Huberman on the historicity of images. Therefore, the strategies for capturing and producing children's bodies in the public sphere are analyzed, articulating “discipline” (anatomy of the human body) and regulation (biopolitics of the population) to build a national project.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

José dos Santos Costa Júnior, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

José dos Santos Costa Júnior é doutorando em História na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre em História pela Universidade Federal da Paraíba. Licenciado em História pela Universidade Federal de Campina Grande. Membro da Sociedade Brasileira de Teoria e História da Historiografia (SBTHH). Atua na área da História com ênfase nos seguintes temas: teoria e metodologia da história, história e historiografia da infância, história da educação, ensino de história e história do Brasil república.

References

AGAMBEN, Giorgio. O que é um dispositivo? In: AGAMBEN, Giorgio. O que é um dispositivo? E outros ensaios. Tradução de Vinícius Nicastro Honesko. Chapecó, SC: Argos, 2009, p. 25-51.

BAZZICALUPO, Laura. Biopolítica: um mapa conceitual. Tradução de Luísa Rabolini. São Leopoldo, RS: Ed. UNISINOS, 2017.

CASTELO BRANCO, Guilherme. Michel Foucault: filosofia e biopolítica. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

CERTEAU, Michel de. A cultura no plural. Tradução de Enid Abreu Dobránszky. Campinas, SP: Papirus, 2012.

DÁVILA, Jerry. Diploma de brancura: política social e racial no Brasil (1917-1945). Tradução de Claudia Sant’Ana Martins. São Paulo: Editora UNESP, 2006.

DELEUZE, Gilles. O que é um dispositivo? In: DELEUZE, Gilles. Dois regimes de loucos: textos e entrevistas (1975-1995). Edição preparada por David Lapoujade. Tradução de Guilherme Ivo. Revisão técnica de Luiz B. L. Orlandi. São Paulo: Editora 34, 2016, p. 363-364.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Quando as imagens tocam o real. Tradução de Patrícia Carmello e Vera Casa Nova. Revista Pós – Belo Horizonte, v. 2, n. 4, p. 204-219. nov. 2012.

FONSECA, Cristina M. Oliveira. A Saúde da Criança na Política Social do Primeiro Governo Vargas. PHYSIS, Revista de Saúde Coletiva, v. 3, n. 2, p. 97-116, 1993.

FONSECA, Cristina M. Oliveira. Saúde no Governo Vargas (1930-1945): dualidade institucional de um bem público. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2007.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 1: a vontade de saber. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.

FOUCAULT, Michel. A governamentalidade. In: FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Introd., organização e revisão técnica de Roberto Machado. 25. ed. São Paulo: Graal, 2012, p. 407-431.

FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. Tradução de Salma Tannus Muchail. 9. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

FOUCAULT, Michel. Aula de 31 de janeiro de 1979. In: FOUCAULT, Michel. Nascimento da Biopolítica. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008a, p. 103-138.

FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. 7 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008b.

LEMKE, Thomas. Biopolítica: críticas, debates, perspectivas. Tradução de Eduardo Altherman Camargo Santos. São Paulo: Editora Politeia, 2018.

LEMKE, Thomas. Foucault, governamentalidade e crítica. Tradução de Mário Antunes Marino e Eduardo Altherman Camargo Santos. São Paulo: Editora Politeia, 2017.

MARIANO, Nayana Rodrigues Cordeiro. Educação pela higiene: a invenção de um modelo hígido de educação escolar primária na Parahyba do Norte (1849-1886). João Pessoa: Ideia, 2015.

MARTIN, Olivier. Da estatística política à sociologia estatística. Desenvolvimento e transformações da análise estatística da sociedade (séculos XVII-XIX). Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 21, n. 41, p. 13-34. 2001.

MARTINS, Ana Luiza. Revistas em Revista – Imprensa e Práticas Culturais em Tempos de República, São Paulo (1890-1922). São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: FAPESP: Imprensa Oficial do Estado, 2001.

MOULIN, Annie Marie. O corpo diante da medicina. In: COURTINE, Jean-Jacques; CORBIN, Allain; VIGARELLO, Georges (orgs.). História do corpo. As mutações do olhar. O século XX. Tradução e revisão de Ephraim Ferreira Alves. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2011, p. 15-82.

NANDY, Ashis. A imaginação emancipatória: desafios para o século XXI. Organização e revisão técnica de Lucia Rabello de Castro. Tradução de Joannes de Knegt. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2015.

PARADA, Maurício. Corpos infantil e nacional: políticas públicas para a criança durante o Estado Novo. In: DEL PRIORE, Mary; AMANTINO, Márcia (orgs.). História do corpo no Brasil. São Paulo: Unesp, 2011, p. 351-370.

PEREIRA, André Ricardo. A criança no Estado Novo: uma leitura na longa duração. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 19, n. 38, p. 165-198, 1999.

RANCIÈRE, Jacques. O destino das imagens. ed. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.

RIZZINI, Irene. O Século Perdido: Raízes Históricas das Políticas Públicas para a Infância no Brasil. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

RIZZINI, Irene; PILOTTI, Francisco (orgs.). A arte de governar crianças: a história das políticas sociais, da legislação e da assistência à infância no Brasil. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

SILVA, Jean Patrício da. A construção de uma nova ordem: análise da interventoria de Ruy Carneiro no estado da Paraíba (1940-1945). 166 f. Dissertação (Mestrado em História). Universidade Federal da Paraíba, 2013.

TUMELERO, Michele Rodrigues. A Legião Brasileira de Assistência e os investimentos sobre as mulheres e as crianças na construção de uma “nova Chapecó” – SC (1940-1960). 132 fls. Dissertação (Mestrado em História). Universidade do Estado de Santa Catarina, 2010.

Published

2020-11-18

How to Cite

COSTA JÚNIOR, J. dos S. The child’s body in the frames of biopolitics: when philanthropy made a capture machine (Brazil 1940-1950). Saeculum, [S. l.], v. 25, n. 43 (jul./dez.), p. 43–63, 2020. DOI: 10.22478/ufpb.2317-6725.2020v25n43.54046. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/srh/article/view/54046. Acesso em: 19 oct. 2024.

Issue

Section

Dossiê: A nova história (bio)política: sobre as capturas e as resistências