MINHA MÃE É USUÁRIA

CRIANÇAS E ADOLESCENTES COMO ATORES DO PARENTESCO E DA PARENTALIDADE EM ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL

Autores

  • Fernanda Bittencourt Ribeiro Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Resumo

Este artigo situa-se num campo de estudos antropológicos que interroga como as criança ocupam a posição de filho/filha, conforme particularidades de suas famílias. A partir de uma etnografia realizada entre 2016 e 2019, mediante observação participante e pesquisa documental, numa instituição de acolhimento de crianças e adolescentes localizada na Região Metropolitana de Porto Alegre (Brasil), detenho-me em situações nas quais as mães dos/as acolhidos/as são designadas como “usuárias” (de crack) por diferentes atores: seus/suas filhos/filhas, outros familiares e profissionais. Os resultados indicam a participação ativa de crianças e adolescentes no devir de suas relações de parentesco e de parentalidade. Destacam-se a sua preocupação com a mãe, a indicação de conhecidos com quem eles poderiam viver provisoriamente e suas recusas de separação dos irmãos. Esses posicionamentos, além de afirmarem a importância da consanguinidade na definição do parentesco, também expandem suas fronteiras e concebem a parentalidade de forma aberta.

PALAVRAS-CHAVE: Mãe usuária. Crianças e adolescentes. Parentesco e parentalidade. Acolhimento institucional.

IMAGEM: Varal da casa de passagem, Fernanda Bittencourt Ribeiro

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernanda Bittencourt Ribeiro, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Doutora em Antropologia Social, École des Hautes Études en Sciences Sociales

Downloads

Publicado

2023-04-27