MINHA MÃE É USUÁRIA
CRIANÇAS E ADOLESCENTES COMO ATORES DO PARENTESCO E DA PARENTALIDADE EM ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL
Resumo
Este artigo situa-se num campo de estudos antropológicos que interroga como as criança ocupam a posição de filho/filha, conforme particularidades de suas famílias. A partir de uma etnografia realizada entre 2016 e 2019, mediante observação participante e pesquisa documental, numa instituição de acolhimento de crianças e adolescentes localizada na Região Metropolitana de Porto Alegre (Brasil), detenho-me em situações nas quais as mães dos/as acolhidos/as são designadas como “usuárias” (de crack) por diferentes atores: seus/suas filhos/filhas, outros familiares e profissionais. Os resultados indicam a participação ativa de crianças e adolescentes no devir de suas relações de parentesco e de parentalidade. Destacam-se a sua preocupação com a mãe, a indicação de conhecidos com quem eles poderiam viver provisoriamente e suas recusas de separação dos irmãos. Esses posicionamentos, além de afirmarem a importância da consanguinidade na definição do parentesco, também expandem suas fronteiras e concebem a parentalidade de forma aberta.
PALAVRAS-CHAVE: Mãe usuária. Crianças e adolescentes. Parentesco e parentalidade. Acolhimento institucional.
IMAGEM: Varal da casa de passagem, Fernanda Bittencourt Ribeiro
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