Atividade e Condição Humana em Hannah Arendt

Autores

  • Romildo Gomes Pinheiro Doutorado em Filosofia UFPB.

DOI:

https://doi.org/10.18012/arf.v7i3.54586

Palavras-chave:

Hanah Arendt, condição humana, vida ativa, Karl Marx

Resumo

Gostaríamos de demonstrar neste ensaio que é possível estabelecermos uma relação de proximidade entre Arendt e Marx acerca dos conceitos de “vida activa” e “condição humana”, a despeito das críticas de Arendt à Marx na obra A Condição Humana. Sustentaremos que Marx e Arendt partem de uma concepção do homem como um ser ativo. Arendt se ancora no conceito de energeia em Aristóteles, e Marx no conceito de “atividade” do Idealismo Alemão. Ambos procuram ultrapassar o predomínio da contemplação sobre a ação. Além deste pressuposto comum, Marx, ao contrário do que diz Arendt, mas em acordo com sua perspectiva, estabelece uma distinção entre “obra”, associada ao trabalho útil produtor de valor de uso, e trabalho, pensado não como metabolismo com a natureza, como diz Arendt, mas como trabalho sob as condições capitalistas de produção. Com efeito, argumentamos que a ideia de ser ativo na sua tripla articulação com a obra, o trabalho e a ação teorizada por Arendt, prolonga a perspectiva de Marx. Sob esta ótica, o conceito de inversão, isto é, a reversão da hierarquia entre contemplação e ação, é fundamental para determinados o quanto Arendt prolonga a perspectiva de Marx.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Romildo Gomes Pinheiro, Doutorado em Filosofia UFPB.

Doutorado em Filosofia pela Universidade Federal da Paraíba (2012), com estágio no Centre de Philosophie du Droit (UCL), 2009-2011. Possui Pós-doutorado em Filosofia na Université Catholique de Louvain no Centre de Philosophie du Droit (2012-2014) e no Centre Europé (2014), e no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Piauí (2015-2017).

Referências

ARENDT, H. A Condição Humana. 12 ed. rev. RJ: Forense, 2014

ARENDT,H. Essays of Understanding: 1930-1954. 1 ed. NY: Harcout, 2005

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Brasília: 2009,

A. VON Cieszkowski. Prolègomèes à l’historiosohie. Berlim, 1838, trad. De M. Jacob, paris, Ed. Champ Libre 1973

HABERMAS, J. O Discurso Filosófico da Modernidade. SP: Martins Fontes, 2000.

HEIDEGGER, M. Etre et Temps. Paris: Gallimard, 1986.HEIDEGGER, M. HEIDEGGER, M. Questions III e IV. Paris: Gallimard, 1976.

HEIDEGGER, M. A origem da obra de arte. Lisboa: Edições 70, 2004.

HESS, Moses. La philosophie de l’action, In. Moses Hess, la philosophie, le socialisme : 1836-1845 / Gérard Bensussan ; en annexe, trois textes de Moses Hess, Socialisme et communisme, Philosophie de l'action. Bruxelas: Olms, 1995.

MARX, K. Le Capital, Livro 1. Paris: PUF, 1993.

MARX, K. Manuscrits economique-philosophiques de 1844. Tradução de Franck Fishback. Paris: Vrin, 2007.

MARX, K. Les Thèses sur Feuerbach. Commentaires de Georges Labica. Paris: PUF, 1987.

MARX, K e ENGELS, F. L’Idéologie Allemande. Paris: Ed. Sociales, 1930.

POSTONE, Moishe. Tempo, trabalho e dominação social. São Paulo: Boitempo, 2014.

RICOEUR, P. Idéologie et utopie. Paris: Seuil, 2005.

ROCKMORE, Tom. Marx, Fichte and the German Philosphy. 1980, p.

TAMINIAUX, J. Heidegger and the Project of Fundamental Ontology. State University of New York Press, 1991.

KOUVÉLAKIS, S. Philosophie et Revolution de Kant à Marx. La Fabrique Editions, 2014.

TAYLOR, Charles. Hegel and the Philosophy of Action, Arto Laitinen & Constantine Sandis (eds.), Hegel on Action. Palgrave-Macmillan, 2010, pp. 01-41.

VILA, D. Arendt and Heidegger – The Fate of the Political. Princenton, New Jersey, University Press, 1996.

Arquivos adicionais

Publicado

2020-12-13

Como Citar

Pinheiro, R. G. (2020). Atividade e Condição Humana em Hannah Arendt. Aufklärung: Journal of Philosophy, 7(3), p.169–190. https://doi.org/10.18012/arf.v7i3.54586

Edição

Seção

Artigos