O problema do modelo heroico-totalitário em Bioshock Infinite e seus DLCs:

um estudo de caso sobre Daisy Fitzroy

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2763-9398.2023v20n.67452

Palavras-chave:

Bioshock Infinite, Storytelling, Totalitarismo, Game Studies

Resumo

Este artigo analisa o tratamento dado, dentro do jogo Bioshock Infinite e seus dois DLCs (2013), à personagem Daisy Fitzroy e o grupo Vox Populi, bem como as polêmicas decorrentes de tal tratamento. A partir da chave semiótica, este artigo analisa o uso do modelo da jornada do herói como modelo narrativo do jogo, e argumenta que o uso deste modelo atrapalha a discussão proposta pelo jogo – sobre racismo e os limites da violência – pois o modelo mítico é por si só usado pela ideologia totalitária e, portanto, avesso a tais problematizações. O artigo ainda sugere que, como modo de mitigar tais problemas de modelo narrativo, pode-se recorrer a outros modelos, como o percurso gerativo de sentido, ou ainda a táticas de storytelling visual e múltiplos personagens.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Renato Razzino Ernica, Universidade de São Paulo (USP)

Renato Razzino é Mestre e Doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (FFLCH - USP). Foi membro do grupo de estudos CS:Games - Grupo de Pesquisa Semiótica sobre a Linguagem dos Games, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (TIDD / PUC-SP). 

Leonardo Reitano, Universidade de São Paulo (USP)

Professor de graduação do Departamento de Ciências da Computação na Faculdade das Américas - FAM, com foco na graduação em Game Design. Doutorando em Semiótica e Linguística Geral na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - FFLCH-USP, sendo também Mestre em Semiótica e Linguística Geral na mesma instituição, com bolsa de mestrado pela CNPq. 

Referências

BARROS, Diana Luz Pessoa de. “Estudos do discurso”. In: FIORIN, José Luiz (org.). Introdução à Linguística II: princípios de análise. São Paulo: Editora Contexto, 2014. p. 187-219.

CALDWELL-GERVAIS, Noah. Star Wars: Knights of the Old Republic 1 & 2 Vs. Joseph Campbell. YouTube, 04 de maio de 2021. Canal Noah Caldwell-Gervais. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=OI2iOB8ydGo.

CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. São Paulo: Cultrix/Pensamento, 2007.

CLARK, Justin. The Assassination of Daisy Fitzroy (By The Coward BioShock Infinite). GameSpot, 26 de março de 2023. Disponível em: https://www.gamespot.com/articles/the-assassination-of-daisy-fitzroy-by-the-coward-bioshock-infinite/1100-6512699/.

DRAKES, Satchell. Bioshock Infinite - Racism and Dissonance. YouTube, 26 de abril de 2014. Canal Satchell Drakes. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=yu3knt8sW3s.

ECO, Umberto. Fascismo eterno. Rio de Janeiro: Editora Record, 2018.

FLANAGAN, Mary; NISSENBAUM, Helen. Values at play: valores em jogos digitais. São Paulo: Blücher, 2016.

GROPPO, Luis Antônio; RODRIGUES, Marcel Henrique. Uma compreensão dos estudos de Joseph Campbell em mitologia comparada. Universitas Humanas. Brasília, v. 9, n. 2, p. 55-61, 2012. DOI: 10.5102/univhum.v9i2.2105

LIZARDI, Ryan. Bioshock: Complex and Alternate Histories. Game Studies. v. 14, n. 1, s/p, 2014.

ROCHA, Leonardo Vieira da. Individuação na narrativa dos games: Os arquétipos como funções narrativas em Bioshock Infinite. In: Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. XXXVII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Paraná: Foz do Iguaçu, 2014. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2014/resumos/R9-0410-1.pdf.

SAMARAJIVA, Indrajit. How The Hero’s Journey Is Totalitarian. Medium, 20 de maio de 2022. Disponível em: https://indica.medium.com/how-the-heros-journey-is-totalitarian-1a38eee48224.

SCHUBERT, Stefan. Dystopia in the Skies: Negotiating Justice and Morality on Screen in the Video Game BioShock Infinite. European Journal of American Studies. v. 13, n. 4, s/p, 2018.

SMITH, Ed. The Politics of 'BioShock Infinite' Are All the Worse When Revisited in a Heated Election Year. Vice, 04 de outubro de 2016. Sessão Waypoint. Disponível em: https://www.vice.com/en/article/kwzz43/the-politics-of-bioshock-infinite-are-all-the-worse-when-revisited-in-a-heated-election-year.

STANLEY, Jason. Como funciona o fascismo: a política do “nós” e “eles”. Porto Alegre: L&PM, 2020.

TARNOWETZKI, Lindsay. Environmental storytelling and BioShock Infinite: moving from game design to game studies. 2015. Dissertação (Mestrado em Artes – Estudos de Mídia) – Programa de pós-graduação em estudos de comunicação. Universidade de Concordia, Montreal, 2015.

TUFEKCI, Zeynep. The Real Reason Fans Hate the Last Season of Game of Thrones. Scientific American, 17 de maio de 2019. Sessão Observations. Disponível em: https://blogs.scientificamerican.com/observations/the-real-reason-fans-hate-the-last-season-of-game-of-thrones/.

ZANDER, Monty. Bioshock Infinite Critique | After the Hype. YouTube, 12 de agosto de 2022. Canal Monty Zander. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=T2qeWQTGek4.

Downloads

Publicado

2023-12-22

Como Citar

RAZZINO ERNICA, R. .; REITANO, L. O problema do modelo heroico-totalitário em Bioshock Infinite e seus DLCs:: um estudo de caso sobre Daisy Fitzroy. Culturas Midiáticas, [S. l.], v. 20, p. 174–193, 2023. DOI: 10.22478/ufpb.2763-9398.2023v20n.67452. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/cm/article/view/67452. Acesso em: 22 dez. 2024.