Arquitextualidade e Interdiscursividade no romance "neopicaresco" Confissões do Impostor Felix Krull, de Thomas Mann

Autores

  • Maryson José Siqueira Borges

Palavras-chave:

Arquitextualidade, Interdiscursividade, Paródia, Picaresca

Resumo

O intento principal deste ensaio é demonstrar, próximo de uma linha bakhtiniana, como a
paródia funciona na literatura moderna como um gênero autônomo e de perspectivas complexas e
renovadoras. O método de trabalho adotado para tal prevê a discussão da presença dos conceitos de
arquitextualidade e interdiscursividade no romance Confissões do impostor Felix Krull, (1954) de
Thomas Mann, e naturalmente uma apreciação da efetividade do matiz crítico-paródico resultante.
Cabe ressaltar que diante disso estão, pois, eliminados direcionamentos analíticos que se voltem
para uma compreensão do uso da paródia na narrativa de Mann numa ótica meramente comparativa
da presença de elementos comuns entre o romance e as obras parodiadas. O que de fato deve se
sobressair é a crítica estético-social e a reflexão sobre a literatura moderna obtida da relação desta
narrativa com os modelos parodiados e não suas simples correlações de conteúdo e forma.

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Referências

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Publicado

28.10.2010