Dissimulação e erotismo em O conto do nadador, de Lídia Jorge

Autores

  • Maria Aparecida da Costa Gonçalves Ferreira

Palavras-chave:

Narrativa portuguesa, Conto contemporâneo, Lídia Jorge

Resumo

Propõe-se, nesse estudo, analisar “O conto do nadador”, do livro Marido e outros contos
(1997) de Lídia Jorge, observando como esta escritora portuguesa constrói seu texto, sobretudo seu
modo de narrar. Trata-se de uma história, em terceira pessoa, que chama a atenção pelo
experimentalismo, a mistura de vozes, de tempos, bem como pela ambiguidade do discurso
narrativo. A voz do narrador mescla-se com a dos personagens, numa estrutura permeada de
fragmentos e marcações tipográficas, causando um certo efeito de estranhamento, provocando a
singularização do objeto entendido como o “procedimento poético”, assim definido por Chklovski
(1976). A técnica e engenhosidade observadas na narrativa de Lídia Jorge tornam o conto instigante
e surpreende, apresentando um final inusitado e irônico.

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Referências

CHKLOVSKI. “A arte como procedimento.” In: EIKHENBAUM et al. Teoria da literatura: Formalistas russos. Organização, apresentação e apêndice de Dionísio de Oliveira Toledo. 2.ed. Porto Alegre: Editora Globo, 1976.

GOUVEIA, Arturo. “A ironia estrutural do romance.” In: REBELLO, Lúcia Sá & SCHNEIDER, Liane. Construções Literárias e discursivas da modernidade. Porto Alegre: Nova Prova, 2008.

JORGE, Lídia. “O conto do nadador.” In: Marido e outros contos. Lisboa: Dom Quixote, 1997.

REAL, M. Geração de 90: romance e sociedade no Portugal contemporâneo. Porto: Campo das Letras, 2001.

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Publicado

28.10.2010