A LITERATURA DA PÓS-DITADURA NA ARGENTINA:

INTERSEÇÕES DO ESPAÇO E DO TEMPO EM SOY UN BRAVO PILOTO DE LA NUEVA CHINA

Autores

  • Thays Albuquerque UEPB - Universidade Estadual da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.10381465%20

Palavras-chave:

Memória e literatura; literatura e ditadura; romance da pós-ditadura; autoficção latino-americana; literatura argentina contemporânea.

Resumo

Há diversas formas de pensar as possibilidades estéticas e críticas que enfocam nas fronteiras entre realidade e ficção, História e Literatura. Neste trabalho, apresenta-se uma análise sobre o romance Soy un bravo piloto de la Nueva China (2011), de Ernesto Semán, a partir de conceitos de Josefina Ludmer (2010), como realidadficción e literatura en sicro y en fusión. Esses conceitos ajudam a entender alguns artifícios utilizados na literatura contemporânea que subvertem uma visão tradicional do espaço e do tempo, já que a obra em questão está estruturada em três partes com tratamentos específicos para cada uma das esferas narrativas, com focos narrativos, espaços e tempos distintos. Dessa forma, apresenta-se um desdobramento das memórias individual e coletiva sobre a última ditadura cívico-militar argentina, no qual se destacam os conflitos do narrador-protagonista em sua semelhança e diferença com o autor, ambos filhos de militantes da ditadura, e como esta característica autoficcional agrega valor ao romance dentro do sistema literário argentino. A linha de reflexão teórica comunga com as reflexões de Elizabeth Jelin (2002), Pilar Calveiro (2013) e Marienne Hirsch (2015). Observa-se, com o estudo, como Semán atualiza o tema da ditadura argentina a partir de novas formulações de perguntas na posição discursiva de filho de detido-desaparecido, cultivando o trabalho de memória constante desde a perspectiva de uma nova geração e das necessidades tanto éticas quanto estéticas do contemporâneo.

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Publicado

19.12.2023

Edição

Seção

DOSSIÊ: A LITERATURA SOBRE AS DITADURAS NO CONE SUL