As contribuições da autonarrativa da experiência semiótica musical para a organização do conhecimento
Palavras-chave:
Informação musical, Organização do conhecimento, Semiótica.Resumo
A linguagem especializada não é a única forma de se referir à música, e, por conseguinte, não é a única forma de seus usuários a buscarem. Assim, no âmbito da Organização do Conhecimento (OC), focamos justamente naqueles conceitos sugeridos pela experiência do ouvinte não especialista. A experiência como vivenciada não pode ser diretamente transmitida, mas pode ser compartilhada por meio da autonarrativa daquele que a vivenciou. O objetivo desta pesquisa é compreender como os próprios usuários da informação musical, no papel de ouvintes, relatam as experiências relacionadas à música por meio da descrição dos elementos que compõem essa experiência. A Semiótica de Peirce é a base teórica que permite estruturar esses elementos: signo, objeto, interpretante e hábito. Para tanto, foram realizadas 17 entrevistas individuais com jovens entre 18 e 29 anos, sem conhecimento formal de música. Cada entrevistado foi convidado a relatar um momento intenso que teria vivido enquanto escutava música. A análise dedutiva e indutiva dos dados resultou na seguinte matriz: cinco categorias de descrição do signo; quatro categorias de tipos objeto; duas categorias de ocorrência do interpretante emocional, duas do interpretante energético e três do interpretante lógico; considerações sobre hábito em três aspectos: manutenção do estado emocional, uso da música como plano de fundo e uso da música para realização de esforço físico. A categorização dos relatos, associada a outras estratégias fornece uma matriz representacional do universo conceitual da música. Essa representação torna possível o compartilhamento das experiências, respeitando as variações semânticas próprias e necessárias para sua verbalização.
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