“RAÇA-ISMO”:

A PSEUDO IDEIA QUE EXTERMINA A POPULAÇÃO NEGRA

Autores

  • José Rodrigo Gomes de Sousa Universidade Federal de Sergipe - UFS
  • Gedeon José de Oliveira
  • Iraquitan de Oliveira Caminha Universidade Federal da Paraíba - UFPB

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v13i2.62814

Palavras-chave:

Raça-ismo, Vítima, Outro, Responsabilidade, Justiça

Resumo

O presente artigo tem como finalidade analisar o raça-ismo como uma pseudo-ideia que extermina a população negra. Assim, o texto pretende colocar sobre tela a questão da linguagem usada enquanto promotora de categorização que suaviza a dominação do outro e, consequentemente, justifica a violação do sujeito concreto. A subjetivação desse sujeito concreto proporciona um afastamento da realidade concreta, onde o outro é encarado sob o viés do discurso dominador e racional do pensamento ocidental. Quando se afirmar que o conceito de raça é insuficiente, isso implica dizer que se deve rejeitar a relação construída culturalmente sobre o âmbito da oposição dos conceitos de “negro” e “branco”. Compreender o processo de construção do conceito de raça é fundamental para que haja uma desconstrução do aparato discriminatório que surge desde Europa, que já qualifica a raça a partir da pigmentação da pele. A questão da violência sobre a população negra não pode ser encarada tão somente a partir da cor, mas é uma questão política e social. O negro e a negra são vítimas de um sistema que tem suas referências eurocentralizadoras, que despreza a expressividade da alteridade do rosto e marginaliza a aparência como face formatada pela exclusão. Neste sentido, é necessário tratar o âmbito do racismo sob os aspectos políticos, éticos e econômicos, para assim, promover a justiça às vítimas do sistema que é previamente pensado para excluir e dominar.

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Publicado

23-09-2022

Edição

Seção

Artigos