SABE? E ENTENDEU? COMO MARCADORES DE BUSCA DE APROVAÇÃO DISCURSIVA: VARIANTES DE UMA MESMA VARIÁVEL?
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-9979.2022v17n1.62577Palabras clave:
Sociofuncionalismo, Gramática Textual-interativa, Variação, Marcador discursivoResumen
Neste artigo, tratamos dos marcadores discursivos sabe? e entendeu? na função interacional de busca de aprovação discursiva. Assumindo que esses marcadores resultam de processo de gramaticalização de verbos plenos, nosso objetivo é mostrar como poderia ser dispensado a eles um tratamento variável, considerando que, uma vez gramaticalizados, eles passam a competir no mesmo domínio funcional de busca de aprovação discursiva. O quadro teórico que sustenta nossa proposta é o do Sociofuncionalismo, que procura conjugar aspectos da Teoria da Variação e Mudança Linguística (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968) e da Teoria da Gramaticalização (HOPPER; TRAUGOTT, 2003; BYBEE, 2016, dentre outros), associado aos pressupostos da Gramática Textual-interativa (JUBRAN; KOCH, 2006). Em termos metodológicos, os dados de nossas análises provêm de entrevistas sociolinguísticas do Banco de dados Iboruna do Projeto “Amostra Linguística do Interior Paulista”, que registra a fala da região noroeste do Estado de São Paulo. Na proposição do envelope de variação, consideramos os dois marcadores como variantes da variável dependente busca de aprovação discursiva, e como independentes, as variáveis linguísticas posição do marcador no enunciado e tipo textual, e as variáveis sociais sexo/gênero, faixa etária e escolaridade. Os resultados nos permitem mostrar que a escolha das variantes mantem correlações estreitas com as variáveis tipo textual e sexo/gênero. Diante do nosso propósito e mesmo sem levar às últimas consequências a análise de regra variável, comprovamos, ao final, que a comparabilidade funcional dos marcadores discursivos permite tratá-los como variantes de uma mesma variável. Daí em diante, o pesquisador pode estreitar o foco de suas análises, lançando ao fenômeno dos marcadores discursivos um olhar ou mais variacionista ou mais funcionalista.