A ditadura e os rastros da repressão no sudeste paraense: desvelando memórias sobre a Casa Azul
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2018v39n39.41123Palavras-chave:
Guerrilha do Araguaia, Casa Azul, Sudeste do ParáResumo
Entre 1972 e 1974, o sudeste do Pará, assim como parte do Maranhão e do norte do atual Tocantins, foi palco da Guerrilha do Araguaia, conflito que marcou não somente a história recente do Brasil, como deixou diversas heranças para a região onde ocorrera, incluindo-se um legado autoritário marcado pela repressão a movimentos sociais voltados para a luta pela terra no contexto da redemocratização. Em Marabá, maior município da mesorregião, fora montado durante a Guerrilha estrutura que visava combater os militantes do PCdoB em atuação na região, consistindo na formação de quartéis, bem como no uso de outros órgãos públicos no suporte as ações do Centro de Inteligência do Exército (CIE). Um desses órgãos fora o então denominado Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), cuja sede fora apontada por camponeses e ex-soldados que por ali passaram como um centro de prisão clandestino, onde teriam ocorridos graves violações dos direitos humanos, que teriam atingido guerrilheiros e camponeses da região. Há relatos que apontam que alguns dos desaparecidos políticos no contexto da Guerrilha foram aprisionados, torturados, mortos ou vistos pela última vez no local, chamado à época de Casa Azul. Após o fim dos conflitos, o local teria sido envolvido na Operação Limpeza, como é descrita a ação onde se efetivou o apagamento dos rastros sobre as violações perpetradas durante a Guerrilha por parte de agentes das Forças Armadas. O artigo se propõe a contextualizar o processo de desvelamento de memórias sobre o local, à revelia das estratégias de silenciamento que foram criadas pelos agentes da Ditadura em relação às violações ocorridas na Guerrilha do Araguaia; objetiva, através dos rastros deixados sobre a Casa Azul, colaborar para maior compreensão sobre um dos espaços mais marcantes no que concerne as estratégias repressivas adotadas durante o regime militar no Brasil.Downloads
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Publicado
2018-12-17
Como Citar
LUIZ, J. M.; REIS, N. F. I.; SILVA, I. S. da. A ditadura e os rastros da repressão no sudeste paraense: desvelando memórias sobre a Casa Azul. Sæculum - Revista de História, [S. l.], n. 39 (jul./dez.), p. 83–102, 2018. DOI: 10.22478/ufpb.2317-6725.2018v39n39.41123. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/srh/article/view/41123. Acesso em: 19 nov. 2024.
Edição
Seção
Dossiê: As ditaduras militares no Brasil e no Cone Sul: História, Historiografia e Memória