Santos, sábios e impostores

Percepções sobre os leitores e a leitura em Pernambuco no início do XIX

Autores

  • Breno Gontijo Andrade Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2021v26n44.55865

Palavras-chave:

Leitura, Leitores, Revolução de 1817, Revolução Pernambucana, Oralidade

Resumo

Ainda no início do séculoXIX, os iletrados percebiam os livros, a leitura e os leitores como algo fora do cotidiano que beirava o mágico. Alguns até negavam esse caráter extraordinário ao desacreditar nos conhecimentos que poderiam ser adquiridos através dos livros. O passado, outras línguas jamais poderiam ser aprendidos pela leitura, somente pela vivência. Outros, porém, valorizavam a habilidade de ler e associavam-na muitas vezes ao clero. Essa ambivalência observada entre os iletrados nem sempre se repetia entre aqueles que conseguiam ler. Os letrados valorizavam os saberes advindos dos livros, sabiam da sua importância. No entanto, o artigo apresenta alguns comentários de um observador da época que relacionou a chegada das luzes a Pernambuco e às capitanias adjacentes como algo nocivo. Explicava que os habitantes letrados não estavam preparados mentalmente para essa grande mudança. O que ocasionou na chegada de livros e ideias à região foi um conjunto de más interpretações e formulações equivocadas que provocou, de certa maneira, a Revolução de 1817.

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Biografia do Autor

Breno Gontijo Andrade, Universidade Federal de Minas Gerais

Breno Gontijo Andrade é Doutor em História e Culturas Políticas pela UFMG (2015). Mestre em História e Culturas Políticas pela UFMG (2012). Graduado em História pela mesma universidade (2009). Tem experiência como historiador com ênfase em História do Brasil Colônia, como professor do ensino fundamental ao ensino superior e como autor de questões para avaliação do conheci-mento histórico.

Referências

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Publicado

2021-07-29

Como Citar

ANDRADE, B. G. Santos, sábios e impostores : Percepções sobre os leitores e a leitura em Pernambuco no início do XIX. Saeculum, [S. l.], v. 26, n. 44 (jan./jun.), p. 208–219, 2021. DOI: 10.22478/ufpb.2317-6725.2021v26n44.55865. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/srh/article/view/55865. Acesso em: 18 abr. 2024.