Putas, ou quase... violência de gênero em filmes de ficção da Argentina e Brasil no século XXI
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2022v27n46.60378Palavras-chave:
Gênero, Cinema, Violência contra mulheres, Prostituição, HTPResumo
Nas últimas décadas, muitos filmes procuram abordar o tema da violência de gênero. As representações cinematográficas, sobretudo as brasileiras, revelam que a maioria das vítimas de violência masculina fora das relações conjugais são mulheres em situação de prostituição, seja voluntária ou forçada, ou aquelas que, por alguma razão, são associadas a prostitutas. Essas violências são, essencialmente, de caráter sexual e estão marcadas por hierarquias de poder. A compreensão de que vivemos numa sociedade construída por e para homens, a qual reforça um determinado tipo de masculinidade em detrimento de outros e reverbera nas relações de gênero, atravessa as leituras fílmicas. Neste trabalho abordo narrativas de violências de gênero em filmes de ficção da Argentina e do Brasil produzidos nas primeiras décadas deste século. Procuro refletir, a partir da perspectiva da História do Tempo Presente, acerca dessas representações como frutos de processos históricos de longa e média duração, observando como tais processos incidem na constituição de um imaginário de caráter misógino, perceptíveis nessas representações, que ainda parece dividir as mulheres entre “santas” e “putas, ou quase...”, impondo a estas últimas “castigos” na forma de violência sexual.
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