Representação da Crise Ambiental em Não Verás País Nenhum (1981) e O Conto da Aia (1985)
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2022v27n47.62736Palavras-chave:
História e Literatura, Antropoceno, Não verás país nenhum, O Conto da AiaResumo
O contexto de produção e recepção dos romances distópicos Não Verás País Nenhum (1981) de Ignácio de Loyola Brandão e O Conto da Aia (1985) de Margaret Atwood é analisado neste trabalho com o objetivo de compreender como a degradação ambiental própria da sociedade industrial capitalista é representada nas obras. De forma herética, as obras são lidas como se fizessem parte do mesmo universo ficcional, tal leitura de justifica pela relação do enredo das obras com uma história global da degradação ambiental; e pelos elementos do contexto histórico que entrelaçam a produção das narrativas. Desta forma, apesar das obras analisadas serem produzidas e recebidas em espaços de experiencia diferentes, convergem para um mesmo horizonte de expectativa marcado pelas consequências da degradação ambiental em nível global.
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