O território de Minas Gerais, os Sertões do Rio Verde e a fundação da Vila de Campanha da Princesa

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DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n49.67510

Palavras-chave:

Território, Sertões do Rio Verde, Minas Gerais, Vila de Campanha da Princesa

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar questões pertinentes ao território de Minas Gerais, particularmente o processo de ocupação dos Sertões do Rio Verde, a constituição do arraial da Campanha do Rio Verde e, posteriormente, da Vila de Campanha da Princesa, analisando-se os conflitos jurisdicionais com a Capitania de São Paulo, as disputas com a Vila de São João del Rei, o estabelecimento dos limites de seu Termo e a delimitação de seu território. O território da futura Vila de Campanha, uma das mais antigas localidades de Minas Gerais, constituiu-se em decorrência dos achados auríferos e dos conflitos relativos aos limites existentes entre as Capitanias de São Paulo e Minas Gerais. Área de disputa entre paulistas e mineiros, a região ficou sob jurisdição da Vila de São João del Rei até finais do século XVIII, quando os mais influentes moradores da freguesia passaram a reivindicar a criação da Vila da Campanha da Princesa, pois consideravam como relevantes para este fato o crescimento de sua população, o desenvolvimento econômico da região e a distância da Vila de São João Del Rei, que prejudicava tantos os negócios quanto a justiça. Para esta análise, faz-se uso de uma significativa documentação histórica e, particularmente, da análise de três mapas coevos ao processo de territorialização do arraial e da vila de Campanha.

O objetivo desse artigo é analisar questões pertinentes ao território de Minas Gerais, particularmente o processo de ocupação dos Sertões do Rio Verde, a constituição do arraial da Campanha do Rio Verde e, posteriormente, da Vila de Campanha da Princesa, analisando-se os conflitos jurisdicionais com a Capitania de São Paulo, as disputas com a Vila de São João del Rei, o estabelecimento dos limites de seu Termo e a delimitação de seu território. A o território da futura Vila de Campanha, uma das mais antigas localidades de Minas Gerais, constituiu-se em decorrência dos achados auríferos e dos conflitos relativos aos limites existentes entre as Capitanias de São Paulo e Minas Gerais. Área de disputa entre paulistas e mineiros, a região ficou sob jurisdição da Vila de São João del Rei até finais do século XVIII, quando os mais influentes moradores da freguesia passaram a reivindicar a criação da Vila da Campanha da Princesa, pois consideravam como relevantes para este fato o crescimento de sua população, o desenvolvimento econômico da região e a distância da Vila de São João Del Rei, que prejudicava tantos os negócios quanto a justiça. Para esta análise faz-se uso de uma significativa documentação histórica e, particularmente, da análise de três mapas coevos ao processo de territorialização do arraial e da vila de Campanha.

 

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Biografia do Autor

Patrícia Vargas Lopes Araujo, Universidade Federal de Viçosa

Patrícia Vargas Lopes de Araujo é Mestre em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (2000), Doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas (2008), com Estágio Pós-Doutoral pelo Departamento de Urbanismo da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais (2015). Professora de História Contemporânea e membro efetivo do Mestrado em Patrimônio Cultural, Paisagens e Cidadania do Departamento de História da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Autora dos livros: Folganças Populares: Festejos de Entrudo e Carnaval em Minas Gerais no século XIX (Annablume, 2008) e De Arraial a Vila - A criação da Vila de Campanha da Princesa: reivindicações locais, estratégias políticas e reafirmação da soberania portuguesa (Prismas, 2016).

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Publicado

2024-02-28

Como Citar

ARAUJO, P. V. L. O território de Minas Gerais, os Sertões do Rio Verde e a fundação da Vila de Campanha da Princesa. Saeculum, [S. l.], v. 28, n. 49, p. 159–186, 2024. DOI: 10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n49.67510. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/srh/article/view/67510. Acesso em: 28 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê - Deslocamentos e territorializações no Império português (XVI-XIX)