Do rosto do menor à face da salvação: a luta por direitos humanos e a partilha do sensível na Campanha da Fraternidade (Brasil, 1975-1987)
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1807-8931.2024v20n7.70591Palavras-chave:
Campanha da Fraternidade. Partilha do sensível. Fraternidade e Menor.Resumo
Em 2024 a Campanha da Fraternidade (CF) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) comemora 60 anos de existência e resistência na esfera pública contemporânea, discutindo os problemas do Brasil a partir do Evangelho e produzindo estratégias de mobilização política. Este artigo analisa as condições de emergência histórica da Campanha da Fraternidade, descrevendo as estratégias comunicativas para discutir a “Questão do Menor” na CF-1987. Naquela edição o tema era “Fraternidade e Menor” e o lema dizia “Quem acolhe o menor, a mim acolhe”. Assim, por meio do conceito “partilha do sensível”, formulado pelo filósofo francês Jacques Rancière, infere-se sobre a presença da CF-1987 na configuração do debate público – mediado em termos éticos e estéticos por certas figuras e sonoridades acerca da infância – sobre o reconhecimento da singularidade dos direitos humanos de crianças e jovens e o combate às violências no Brasil durante a redemocratização.