Materializações genômicas de sexo e raça: velhas representações, novas anatomias?

Autores

  • Tatiane Pereira Muniz Muniz Universidade Federal do Rio Grande Sul - Programa de Pós-graduação em Antropologia Social Instituto Federal da Bahia
  • Janaína Freitas Universidade Federal do Rio Grande Sul - Programa de Pós-graduação em Antropologia Social

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2447-9837.2020v1n10.45046

Resumo

O contexto pós-genômico tem sido marcado por um imaginário alimentado por promessas e esperanças abertas pelo mapeamento do genoma humano. A forma como os achados são veiculados nos meios de comunicação não especializados contribuem para expectativas de diagnósticos e intervenções cada vez mais precoces, como nos casos de terapias e edições gênicas ainda muito distantes, na prática. Intervenções em níveis moleculares que acenavam para a possibilidade de manipulação de fenótipos associados a sexo e raça captaram especialmente nossa atenção e tem mobilizado nossas pesquisas de doutorado por tocarem na questão da eugenia, uma das problemáticas éticas fundamentais na investigação genética. No presente artigo apresentamos algumas reflexões suscitadas pelas práticas e narrativas dos nossos interlocutores de pesquisa. A partir de distintas experiências de etnografias da genômica, nos aproximamos ao longo do texto nas reflexões sobre a forma como categorias políticas fundamentais de análise social como gênero e raça tem sido materializadas nas práticas da ciência não apenas discursivamente, mas ontologicamente produzindo novas anatomias.

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Publicado

2020-09-13

Edição

Seção

Dossiê Etnografias na Era da Genômica