“Ser uma persona más abierta”
sexualidades, tempo e a construção da pessoa entre jovens latino-americanos/as em Belo Horizonte (MG)
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2447-9837.2020v1n10.46592Resumo
Neste relato etnográfico sobre as experiências afetivo-sexuais de universitários/as intercambistas em Belo Horizonte (MG), situo o contexto de residência desses sujeitos nas moradias da UFMG, apontando para alguns desafios metodológicos nas observações e entrevistas realizadas. O intercâmbio, além de se desenrolar em um espaço desconhecido, longe de casa, redesenha as noções de tempo e de pessoa como um todo. A vida passa em uma cadência outra, que coloca “entre parênteses” a própria temporalidade. Posicionados em um “tempo estranho”, os/as estudantes latino-americanos/as tendem a se individualizar devido a um conjunto de circunstâncias vivenciadas durante a estadia de seis meses no Brasil.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Maria Isabel Mendes de. Zoar e ficar: novos termos da sociabilidade jovem. In: ALMEIDA, Maria Isabel Mendes de; EUGÊNIO, Fernanda (Org.). Culturas jovens: novos mapas do afeto. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
BOURDIEU, Pierre. Esboço de uma teoria da prática. Porto, Portugal: Celta Editora, 2006.
BOZON, Michel; HEILBORN, Maria Luiza. Iniciação à sexualidade: modos de socialização, interações de gênero e trajetórias individuais. In: HEILBORN, Maria Luiza et al. O aprendizado da sexualidade: reprodução e trajetórias sociais de jovens brasileiros. Rio de Janeiro: Garamond e Fiocruz, 2006.
DIAS, Mônica. A pesquisa tem “mironga”: notas etnográficas sobre o fazer etnográfico. In: BONETTI, Alinne; FLEISCHER, Soraya (Orgs). Entre saias-justas e jogos de cintura: gênero e etnografia na antropologia brasileira recente. Porto Alegre: EDUNISC, 2006.
DUMONT, Louis. Homo Hierarchicus: o sistema das castas e suas implicações. São Paulo: Ed. USP, 1992.
ELIAS, Norbert. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.
ELIAS, Norbert. Sobre o tempo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
FAVRET-SAADA, Jeanne. Ser afetado. Cadernos de Campo, n. 13, p. 155-161, 2005.
FONSECA, Claudia. Quando cada caso NÃO é um caso: pesquisa etnográfica e educação. Revista Brasileira de Educação, n. 10, p. 58-78, 1999.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 2010.
GASPAR-NETO, Verlan Valle. Na pegação: encontros homoeróticos masculinos em Juiz de Fora. Niterói: Ed. UFF, 2014.
GOLDMAN, Marcio. Uma categoria do pensamento antropológico: a noção de pessoa. In: GOLDMAN, Marcio Alguma antropologia. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1999.
GREEN, James Naylor. Além do carnaval: a homossexualidade masculina no Brasil do século XX. São Paulo: Ed. Unesp, 2000.
JONES, Daniel. Sexualidades adolescentes: amor, placer y control en la Argentina contemporánea. Buenos Aires: CLACSO, 2010.
LEAL, Andrea Fachel. Uma antropologia da experiência amorosa: estudo das representações sociais da sexualidade. Dissertação (Mestrado em Antropologia). Porto Alegre: UFRGS, 2003.
LÉVI-STRAUSS, Claude. As estruturas elementares do parentesco. Petrópolis: Vozes; São Paulo: Ed. USP, 1976.
MARCUS, George. Ethnography in/of the world system: the emergence of multi-sited ethnography. Annual Review of Anthropology, v. 24, p. 95-117, 1995.
MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva: forma e razão da troca nas sociedades arcaicas. In: MAUSS, Marcel. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2003.
NERY, Paulo Roberto Albieri. Viagem, passeio, turismo: estudo comparado do deslocamento como valor. Tese (Doutorado em Antropologia). Rio de Janeiro: UFRJ, 1998.
PÉTONNET, Colette. Observação flutuante: o exemplo de um cemitério parisiense. Antropolítica, n. 25, p. 99-111, 2008.
RUBIN, Gayle. El tráfico de mujeres: notas sobre la “economía política” del sexo. Nueva Antropología, v. 8, n. 30, p. 95-145, 1986.
SAYAD, Abdelmalek. A imigração e os paradoxos da alteridade. São Paulo: Ed. USP, 1998.
SIMMEL, Georg. As grandes cidades e a vida do espírito. Mana, v. 11, n. 2, p. 577-591, 2005.
VELHO, Gilberto. Individualismo e cultura: notas para uma antropologia da sociedade contemporânea. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1987.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).