EDUCAÇÃO SUPERIOR INDÍGENA NO SÉCULO XXI:
APROXIMAÇÕES ENTRE MÉXICO E BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2447-9837.2023.n15.68918Resumo
A educação superior indígena implantada no século XXI instituiu um novo modelo de educação pautado no princípio da interculturalidade, gerando numerosos estudos que trouxeram luz a esse novo campo de saber. O presente artigo tem por objetivo identificar aproximações e discrepâncias nas experiências de dois países: no México, com a criação de universidades interculturais indígenas; e no Brasil, com a criação de licenciaturas interculturais indígenas – ambas fruto de ações do Estado em resposta a grandes mobilizações sociais. Os resultados empíricos de várias dessas experiências foram analisados aqui através de uma pesquisa bibliográfica e algumas entrevistas a gestores, que permitiram formar um mosaico de visões sobre essas universidades e licenciaturas para analisar as experiências nos dois países. O estudo concluiu que a interculturalidade, empregada como eixo desse modelo de educação, revelou avanços e resistências, já que se trata de um processo complexo, que requer uma observação acurada desse novo campo institucional de disputa entre os saberes científico e ancestral indígena – que ora se confrontam, ora se aproximam. Alguns relatos de experiências, sobretudo os que se baseiam na visão dos estudantes indígenas, revelaram a persistência de comportamentos que freiam a decolonização dos saberes e constituem obstáculos à efetivação da interculturalidade.
PALAVRAS-CHAVE: Interculturalidade. Educação superior indígena. Universidades interculturais. Licenciaturas interculturais.
IMAGEM: Segundo Encontro Nacional de Universidades Interculturais (México, 2023). Autoria: Paula Bizzi Junqueira.
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