O SOCIOMATERIAL NAS PRÁTICAS ARQUIVÍSTICAS
sob o olhar da pesquisa pós-qualitativa
DOI :
https://doi.org/10.22478/ufpb.2318-6186.2020v8n2.52976Mots-clés :
Práticas Arquivísticas, Performatividade, Pesquisa Pós-QualitativaRésumé
A vida em sociedade demonstra que somos constituídos de vários elementos que nos moldam e nos associam ao mundo. Assim, é necessário estudar perspectivas teóricas que são capazes de destacar o papel desempenhado por uma gama diversificada de atores, configurando-se como uma assembleia de coisas. Contudo, é bastante comum considerar que nas práticas arquivísticas, os humanos são geralmente percebidos de forma hegemônica, cujos objetos/coisas, os documentos arquivísticos, são sempre passivos a ação desses humanos. Tra-se para o debate teórico a performatividade e a pesquisa pós-qualitativa, porque entende-se que os objetos/coisas precisam ser incluídos também na análise de um fenômeno, pois eles compõem o processo pelo qual um dado fenômeno se desdobra. Metodologicamente apresenta-se a pesquisa pós-qualitativa, fundamentada numa visão não-antropocêntrica, desmascarando as maneiras pelas quais estamos enraizados em ideologias humanistas, a investigação pós-qualitativa oferece uma maneira de estar no mundo que se encaixa e pode envolver o emaranhado que o mundo é. Considera-se que os não-humanos podem ser portadores de práticas e possuem performances, assim como os humanos. Nós precisamos mostrar como as coisas que as pessoas fazem, fazem as pessoas a fazer coisas. Não se pretende colocar os objetos/coisas acima dos humanos, nem vice-versa, mas entre esses e reciprocamente. Estes objetos/coisas podem ser usados por nós humanos, mas eles também podem usar os seres humanos e influenciar, mudar uma prática social arquivística, que então não é mais particularmente humana.
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