PASSAGEM PARA A ÍNDIA: UMA INCURSÃO PELO DISCURSO PÓS-COLONIAL
Resumo
A partir do filme Passagem para a Índia discuto os efeitos dos discursos que constituíram o processo de colonização e fabricaram o colonizado como o Outro a ser civilizado pelo ente chamado Europa. Nesse sentido, o filme se presta a uma análise da constituição das identidades subordinadas pelo colonialismo e, ao mesmo tempo, reconstrói a genealogia do discurso colonizador. Destaco também os efeitos da colonização tanto para o colonizado como para o próprio colonizador. Utilizo como ferramenta teórica o conceito de 'Zona de Contato', de Mary Pratt, explorando a idéia de colonização como co-presença de culturas, de suas interações e de seus choques. Nas Zonas de Contato tanto colonizado quanto colonizador se misturam assimetricamente; não se confundem, mas confundem-se, assustam-se, ficam mutuamente perplexos. Procuro mostrar que foram (são) os europeus que ficaram (ficam) muito mais assustados nas Zonas de Contato do que nós o resto do mundo ficamos sob sua dominação. Por fim, defendo a necessidade de construir um outro discurso, que se mova com uma outra sensibilidade e que leve em conta as diferenças e suas formas de produção. Isso talvez ajude a produção de políticas contra as antigas e atuais formas de dominação e de exclusão social.Downloads
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Publicado
2010-12-20
Como Citar
VIEIRA, J. S. PASSAGEM PARA A ÍNDIA: UMA INCURSÃO PELO DISCURSO PÓS-COLONIAL. Revista Ártemis, [S. l.], n. 11, 2010. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/artemis/article/view/10694. Acesso em: 23 dez. 2024.
Edição
Seção
Ensaios