Trajetórias de lésbicas e gays no ativismo: representatividades gendradas que impactam o bem-estar e a saúde mental

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Resumo

Desde a fase inaugural do movimento LGBTQIA+, quando ainda era composto apenas pela militância homossexual, têm sido observadas que as diferentes trajetórias de ativistas lésbicas e gays são marcadas por tensões e divergências entre ambos. Com o intuito de compreender como esses dois sujeitos políticos entendem o modo pelo qual as suas representatividades e ocupações no movimento social repercutem em seu bem-estar e na sua saúde mental, o presente trabalho teve como escopo analisar qualitativamente as vivências pessoais e a trajetória na militância de ativistas lésbicas e gays. Para essa finalidade, foram entrevistados quatro homens gays e quatro mulheres lésbicas, de diferentes faixas etárias, conhecidos pelos seus percursos na militância. Através da análise de conteúdo, foram produzidas três categorias: “Sofrimentos relacionados à representatividade no movimento social; “O ativismo virtual e a personificação da militância” e “Estratégias de autocuidado”. Ao final, verificou-se que a maneira através da qual o gênero influencia a representatividade de lésbicas e gays no movimento acarreta em sofrimentos psíquicos distintos em ambos os grupos: gays parecem sofrer pelo ônus da projeção e do reconhecimento na representatividade; enquanto lésbicas sofrem pelo apagamento e não reconhecimento de seus trabalhos e lutas. Além disso, foi assinalado que a relação com a militância demanda estratégias de autocuidado, a fim de atenuar os efeitos da sobrecarga e dos percalços no cotidiano do ativismo.

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Biografia do Autor

Felipe de Baére, Universidade de Brasília

Doutorando no Programa de Pós-Gradação em Psicologia Clínica e Cultura (PPG PsiCC), do Instituto de Psicologia, da Universidade de Brasília. Mestre pelo PPG PsiCC.

Valeska Zanello, Universidade de Brasília

Professora Associada 1 do departamento de Psicologia Clínica da Universidade de Brasília. Foi coordenadora do programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura (PPGPSICC)/UnB de agosto de 2019 a março de 2021. Orientadora de mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura (PPG-PSICC).

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Publicado

2022-07-01

Como Citar

DE BAÉRE, F.; ZANELLO, V. Trajetórias de lésbicas e gays no ativismo: representatividades gendradas que impactam o bem-estar e a saúde mental. Revista Ártemis, [S. l.], v. 33, n. 1, 2022. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/artemis/article/view/61430. Acesso em: 22 dez. 2024.