Em pilhas, as mulheres: o hiper realismo de Patrícia Melo representando as violências sistêmicas contra os corpos femininos
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.13354256Resumo
O presente artigo analisa, com base na teoria crítica feminista, as perspectivas de violência apresentadas no romance Mulheres empilhadas (2019), de Patrícia Melo. Sob o aporte teórico de Collins e Bilge (2021), Bourdieu (2022), Foucault (2014), Butler (2021), Segato (2003 e 2016), Vergès (2020), com alinhamento à perspectiva decolonial, serão valorizadas as abordagens interseccionais e os diálogos com outros textos que também abarcam o tema. O tom verossímil das narrativas criminais da autora permitirá analogias com inúmeras formas de violências sistêmicas já perpetradas socialmente. A partir das discussões de elementos poéticos que se estruturam na fronteira entre a ficção e a realidade, bem como levantamentos dos pontos sugeridos pertinentes à proposta analítica, a leitura versará sobre a necessidade de soluções para que todas as pessoas, principalmente com identidade feminina, tenham seus espaços de fala e de existência garantidos.