Do gibi a gibiteca:

origem e gênese de significados historicamente situados

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1809-4775.2023v19n1.64771

Resumo

A proposta deste artigo é estudar a palavra gibi, através do método histórico, sobre as mudanças de seu significado e sua assimilação social e cultural. Considera-se que esse gênero artístico e fonte de informação para desenvolvimento de coleções especiais prescinde de estudos críticos sobre abordagens teóricas, lexicais e historiográficas para melhor compreensão desses materiais para o desenvolvimento de coleções. Nesta investigação, os primeiros registros foram encontrados em jornais de 1888, pesquisados na Hemeroteca Virtual da Fundação Biblioteca Nacional do Brasil. Constatou-se que inicialmente gibi era um apelido atribuído a pessoas negras. Posteriormente, transformou-se em uma gíria racista direcionada aos meninos negros, possuindo o sentido pejorativo de feio e grotesco, publicados em anúncios e em páginas de quadrinhos de periódicos. Depois a palavra passou a ser usada para designar os meninos negros que vendiam jornais nas ruas. Desses pequenos vendedores surgiu a inspiração para o título da revista Gibi, lançada em 1939 pela editora O Globo. O sucesso de vendas da revista transformou gibi em sinônimo de revista de histórias em quadrinhos no Brasil, fazendo o sentido original cair em desuso. A popularização do termo inspirou as bibliotecas brasileiras a adotarem a denominação de gibiteca para seus acervos de quadrinhos. 

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Biografia do Autor

Richardson Santos de Freitas, Univesidade Federal de Minas Gerais

Aluno do 6º período de Biblioteconomia/UFMG. Formado em Licenciatura em Desenho e Plástica pela Escola de Design/UEMG. Especialização em Projetos Editoriais, Impressos e Multimídia do Centro Universitário UNA.

Lorena Tavares de Paula, Universidade Federal de Minas Gerais

Professora Adjunta da Escola de Ciência da Informação da UFMG. Doutora e mestre em Ciência da Informação PPGCI/UFMG. 

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Publicado

2023-07-07

Edição

Seção

ARTIGOS DE REVISÃO