Jards Macalé, Samba Intempestivo e a Presença do Malandro Melancólico
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2763-9398.2022v16n.61047Palavras-chave:
Jards Macalé, Samba Intempestivo, Malandro Melancólico, Estética da ComunicaçãoResumo
Propomos, no artigo, uma leitura crítica e imaginativa da arte do músico carioca Jards Macalé, a partir de duas categorias analíticas principais: samba intempestivo e a figura do malandro melancólico. Na investigação de alguns de seus álbuns, percebemos a presença do samba como uma lente para a observação da realidade brasileira e, indo além, o samba também retomado como procedimento inventivo de abertura de outros mundos possíveis. Nesse sentido, o que o samba intempestivo de Macalé parece nos apontar é a exposição de nossas feridas abertas pelo processo de colonização, ao mesmo tempo em que se afirma como voz inventiva, potente e provocadora para a transformação de nossa realidade brasileira. Como passo final, apresentamos a figura do malandro melancólico como um personagem que assombra o samba intempestivo do músico e pode ser aproximado com exu, orixá das estradas e da comunicação, aquele que confunde as visões duais e moralistas.
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