AUTONOMIA: NO DEVER E NA LIBERDADE A PARTIR DA FUNDAMENTAÇÃO DA METAFÍSICA DOS COSTUMES DE IMMANUEL KANT
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v7i2.29162Palavras-chave:
Dever, Liberdade, Autonomia.Resumo
O presente artigo tem como objetivo analisar o caráter autônomo da moral kantiana como conseqüência da vivência do dever moral e da liberdade a partir da Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Para isso, no primeiro ponto é feito uma abordagem de aspectos da moral pré-kantiana, como a moral platônica, a aristotélica, epicurista, estóica e humeniana, destacando o caráter heterônomo destas concepções e a falta de base universalmente em que uma moral poderia ser fundamentada, para depois se expor como Kant elabora sua proposta para a moralidade fundando-a no imperativo categórico que une a vontade e a lei moral livre de inclinações sensíveis criticando, posteriormente, as moralidades materiais. No segundo ponto, é feito primeiramente uma análise das máximas e dos imperativos da moralidade, onde se destaca a formula da autonomia como princípio supremo da moralidade. Depois comenta-se a importância do conceito de dever na moral de Kant como necessidade de uma ação realizada pelo puro respeito à lei e, a partir daí levanta-se a problemática que questiona: como se concebe a obrigação do dever em uma moral onde o princípio é a liberdade da autonomia da vontade? Como resposta a esta questão, a partir da relação entre o conceito de liberdade, como uma idéia da razão, e o conceito de dever, se constata que o homem, como membro do mundo inteligível, é livre e suas ações são conformes à autonomia da vontade, mas enquanto membro do mundo sensível o homem é sujeito às inclinações sensíveis, e assim, para que sua ação seja realmente moral ela não pode ser condicionada a nenhum apetite sensível, por isso, a lei que razão determina lhe aparece como um imperativo, e o seu cumprimento como um dever. Dessa forma, o agir por dever é o que faz da ação do homem uma ação livre, constituindo assim uma vontade autônoma.Downloads
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